terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Juiz afirma que exerceu sua prerrogativa em voo da Gol


Armado no ar



“Por questões ligadas ao meu trabalho como juiz criminal, além de 'poder' portar, infelizmente e contra a minha vontade 'preciso' portar arma.” A declaração é do juiz Vitor Bizerra, de Monte Santo (BA), que, em nota, afirmou que por prerrogativa legal pode portar arma de fogo, inclusive à bordo de aeronaves dentro do território nacional. Na semana passada, a empresa aérea Gol atribuiu ao juiz o atraso de duas na decolagem de um voo da companhia que saiu de Salvador em direção ao Rio de Janeiro. De acordo com a empresa, o juiz portava quantidade acima da permitida de armamento e munição. 


Na nota, o juiz conta como foi o procedimento antes da tentativa de embarque. “A especificação da arma e a quantidade de carregadores e de munição foram devidamente apresentados e por mim declarados perante um agente da Polícia Federal que assinou a autorização de embarque no meu bilhete, assim como o documento de comunicação para o piloto. A arma foi embarcada devidamente desmuniciada. O desmuniciamento ocorreu na presença do policial, em sala reservada, e que pessoalmente inspecionou o dispositivo para constatação.”


O juiz afirmou, ainda, que desconhece a existência de Lei Complementar Federal que limite o número de carregadores que um juiz possa portar. "A alegação da companhia era de que haveria uma norma administrativa que limitava o embarque a dois carregadores. Mesmo não havendo possibilidade de norma administrativa limitar a prerrogativa do porte, me dispus junto aos policiais em chegar a um ponto comum”, disse o juiz.


Bizerra criticou a postura da companhia aérea e disse que os fatos relatados na nota também serão apresentados "às autoridades e instâncias competentes para a devida apuração e eventual responsabilização a quem de direito". "Assumo, inclusive, o compromisso público de responder por qualquer ato se em algum momento agi desvinculado da lei e da Constituição que por profissão jurei proteger e respeitar", concluiu.

Fonte: Conjur

Muda o desconto previdenciário


MP 556/11




Servidores federais devem ficar atentos e observar o contracheque do próximo mês, para verificar se o governo está cumprindo as regras previstas na Medida Provisória 556/11, que foi publicada em 26 de dezembro de 2011. O texto determina que não devem mais ser feitos descontos previdenciários sobre verbas como férias, adicional noturno, assistência à saúde suplementar, entre outros.

De acordo com a Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal), servidores costumam procurar a Justiça para reclamar que o desconto sobre esses itens era ilegal. Após sucessivos entendimentos favoráveis em ações, o governo decidiu formalizar a questão na medida provisória.


A confederação destaca ainda que os servidores que decidirem reaver os valores descontados indevidamente terão que acionar a Justiça Federal. Outra possibilidade é ingressar com ações coletivas para resgatar os valores descontados desde junho de 2004, quando foi publicada a Lei 10.887. A entidade também orienta que qualquer tipo de novo desconto indevido deve ser repassado às assessorias jurídicas de sua base, para que seja feita uma avaliação técnica para verificar como recorrer de forma correta à Justiça.

Outra dica para quem deseja ingressar com ação é reunir todos os contracheques do período em que o governo federal efetuou os descontos previdenciários sobre as verbas descritas. O servidor terá que comprovar as possíveis irregularidades.
Fonte: O Dia

aposentadoria especial na Bahia


O governo do Estado da Bahia foi obrigado a acatar, através de parecer em 23 de novembro de 2010, determinação constitucional que concede ao policial civil baiano, o direito de aposentar-se aos 30 anos de serviços, com proventos integrais, conforme decisão do Superior Tribunal Federal (STF), afirmando que a Lei Complementar nº 51/1985, foi recepcionada pela Constituição Federal/1988. Ou seja: aposentadoria especial para todos os policiais civis brasileiros, inclusive os baianos. 
Mesmo com o governo Jaques Wagner, que sempre se declara republicano reconhecendo esse direito apenas para os policiais militares e professores, deixando os policiais civis no rol dos servidores públicos comuns, desconhecendo que a categoria policial é membro do conjunto de Carreiras Típicas de Estado (Emenda 19/1988), a mesma emenda que estabelece a forma de remuneração em subsídio, condicionando aposentadoria integral, independentemente de pedágio como a procuradoria deseja condicionar para os policiais civis. 
Pois bem, o pior dessa trama é que as entidades que se arvoram em dizer que representam os policiais civis baianos (delegados, investigadores, escrivães, peritos técnicos, criminais e legais), na época (2008), comeram mosca ao apresentar a proposta que logo depois foi aprovada, através da Lei nº 11.370/2009  – a de reestruturação da Polícia Civil, a chamada Lei Orgânica –  na qual a aposentadoria está condicionada a 35 anos de serviço e a 65 anos de idade. Pode? Pois é, não adiantou. A lei tarda, mas na falha. Conseguimos! Faltando agora restabelecer o direito do Subsídio (parágrafo 9, Art.144 da Constituição Federal/1988, que acatou a Emenda 19/1988).
Salienta-se que os representantes da categoria também concordaram em aprovar nessa mesma famigerada Lei (in) Orgânica da Polícia Civil baiana a forma de remuneração, seja em vencimento e gratificações, mesmo tendo conhecimento dev que deveria ser Subsídio.    Revoltosos os defensores da ideia que policial civil baiano não deveria ter o direito em aposentar-se aos 30 anos de serviços, objetivando desestimular aqueles que possuem os 30 anos fechados para se aposentar, a Procuradoria Geral, constituída por advogados – que têm o dever de orientar os interesses do governo do Estado -, formalizou no parecer, datado em 23/11/2010, lembrando que consulta e orientação de procurador não é lei, condicionando aos policiais civis uma perda de 20% nos salários ao se aposentar com 30 anos.
Mas não adianta. Por ser direito constitucional, cabe mandado de segurança. O importante, no entanto, é o governo ser obrigado a reconhecer a Lei Complementar nº 51/1985. Com esse reconhecimento, poderá aproveitar o momento e convocar o restante dos concursados que estão esperando, e ainda ter que realizar concurso público para preencher centenas de vagas. Como esse governo não valoriza a experiência policial dos mais antigos, focando a força dos mais jovens, quem sabe a segurança pública venha a atender aos interesses dos gestores?   
Vale salientar que a Lei Complementar nº 51/1985, além de garantir o direito da aposentadoria especial aos 30 anos de serviços, estabelece ainda que o policial se tiver 20 anos de serviço de natureza exclusiva policial, pode vincular no máximo 10 anos de fora. Veja abaixo o Art. 1º da Lei Complementar Federal nº 51/1985, que dispõe sobre a aposentadoria do funcionário policial, nos termos do art. 103, da Constituição Federal.
  O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:       
Art.1º – O funcionário policial será aposentado:       
 I – voluntariamente, com proveitos integrais, após 30 (trinta) anos de serviço, desde que conte, pelo menos 20 (vinte) anos de exercício em cargo de natureza estritamente policial;        II – compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de serviço, aos 65 anos (sessenta e cinco) anos de idade, qualquer que seja a natureza dos serviços prestados.       
Art. 2º – Subsiste a eficácia dos atos de aposentadoria expedidos com base nas Leis nºs. 3.313, de 14 de novembro de 1957, e 4.878, de 3 de dezembro de 1965, após a promulgação da Emenda Constitucional nº 1 de 17 de outubro de 1969.       
Art. 3º – Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.       
Art. 4º – Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, em 20 de dezembro de 1985;164º da Independência e 97º da República.

aqueimaroupa.com.br

Segurança Pública - A Polícia na mira


Segurança pública

A polícia na mira

A polícia brasileira está longe da ideal. Mas insistir na teoria de que ela faz parte de uma força de opressão não ajuda a compreender o papel que deve ter em uma sociedade com uma democracia consolidada, como a nossa

Bruno Huberman
Reintegração de posse na região do Pinheirinho, em São José dos Campos
Reintegração de posse na região do Pinheirinho, em São José dos Campos (Roosevelt Cassio/Reuters)
Às 6 horas do dia 22 de janeiro, um domingo, a Polícia Militar de São Paulo, cumprindo determinação judicial, entrou na área conhecida como Pinheirinho, em São José dos Campos, para retirar os 7 000 moradores que ocupavam o local ilegalmente desde 2004. Encontrou pela frente mais do que a resistência dos ocupantes do terreno de 1,3 milhão de metros quadrados, pertencente à massa falida de uma empresa do investidor Naji Nahas. O maior obstáculo não foi físico. Calcados em ultrapassada ideologia de esquerda, militantes de partidos como PSOL e PSTU insuflaram moradores a resistir. Com o discurso da vitimização na ponta da língua, buscaram o confronto com os policiais.
Enquanto manifestantes incendiavam prédios e oito carros – inclusive dois de órgãos da imprensa –, policiais usavam balas de borracha e bombas de efeito moral para cumprir seu dever e ir adiante. A Rodovia Presidente Dutra, que liga São Paulo ao Rio, chegou a ser fechada. Na internet, postagens em redes sociais falavam em mortes, aumentando a sensação de pânico. Movimentos sociais ligados a grupos sem-teto tacharam a ação policial de “massacre”. Até mesmo integrantes do governo federal opinaram sobre a atuação da PM – embora não se tratasse de área pública. Não houve mortos na operação, que deixou vinte feridos.
De fato, a polícia brasileira está longe da ideal e é repleta de ineficiências que precisam ser sanadas – e os dados colhidos Brasil afora não deixam dúvida quanto a isso. Mas insistir na velha teoria de que ela faz parte de uma força de opressão não ajuda a compreender o papel que a polícia deve ter em uma sociedade com uma democracia consolidada, como a brasileira. Experiências recentes nas grandes cidades mostram que, a despeito de suas muitas imperfeições, as forças policiais são tão falhas ou eficientes quanto a qualidade de seu treinamento, das instituições de corregedoria e da seriedade com que é tratada a figura do policial.
No Brasil, há cerca de 500.000 policiais civis e militares, segundo números da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) – uma média de 380,5 habitantes por policial. A ONU recomenda um policial a cada 250 pessoas, porém especialistas afirmam que a relação per capita não necessariamente é sinônimo de segurança. O efetivo policial de algumas nações economicamente desenvolvidas – e com baixos índices de criminalidade - também ultrapassa a barreira, como Canadá (549,7), Estados Unidos (434,3) e Inglaterra (258,4).
Em relação aos investimentos em segurança pública, o Brasil ainda está aquém de outras potências comerciais. Em 2010, segundo a Senasp, foram gastos 47,5 bilhões de reais no setor. A China reservou 95 bilhões de dólares (cerca de 166,2 bilhões de reais) no treinamento de policiais, desenvolvimento de novas tecnologias e instalação de equipamentos de fiscalização em 2011. O orçamento americano de 2012 para gastos em segurança interna prevê 69,1 bilhões de dólares (cerca de 120 bilhões de reais) e o britânico, 33 bilhões de libras (cerca de 90,7 bilhões de reais).
UPPs - No Rio de Janeiro, episódios de corrupção, abuso e ineficiência renderam à polícia a pior fama do país. E, há quatro anos, a mesma polícia tornou-se referência em algo até pouco tempo inimaginável: a ocupação de favelas controladas pelo tráfico de drogas. O nome técnico da inovação é “policiamento de proximidade”. A política tratou de criar algo com mais apelo de mercado: Unidade de Polícia Pacificadora, ou UPP.
Na prática, o que se fez na cidade cercada de favelas foi levar policiamento a locais a que ele não chegava senão na forma de tiroteios a missões de ‘caça’ ao traficante – com efeitos danosos para os moradores. Uma das bases do programa é a formação de grupos com novos policiais, o que reduz o risco de velhos vícios de corrupção se tornarem o padrão de comportamento.
Como o resto da polícia, a UPP tem defeitos e sofre bombardeio de críticas. Entre elas a mesma cantilena ideológica de que os moradores das favelas “apenas” passaram a ser oprimidos pela polícia, não mais pelos traficantes, como se não fizesse diferença viver em um território controlado por bandidos ou pelo estado. É indiscutível que há sucessos no programa, como atesta a valorização acima da média dos imóveis em áreas antes degradadas. Tão deterioradas que, em alguns casos, há moradores com dificuldade de lidar com a segurança e a legalidade: há reclamações, por exemplo, sobre o combate às ligações clandestinas de energia, água e sinal de TV a cabo.
Estranhar o trabalho policial correto não é exclusividade das classes mais pobres. Outra exceção de trabalho policial visto como eficiente no Rio é a Operação Lei Seca, que, desde seu início, tem forte esquema de controle para evitar problemas com corrupção e ‘carteiradas’ de autoridades. E com frequência elas, as autoridades, registram queixa por abusos dos policiais que cumprem seu papel na blitz. No último episódio, na semana passada, uma delegada de Polícia Civil que dirigia sem habilitação acusou um policial militar de truculência.
Roosevelt Cassio/Reuters
Policiais da tropa de choque disparam contra moradores que impediam a reintegração de posse, em Pinheirinho - 22/01/2012
Policiais da tropa de choque em ação na desocupação do Pinheirinho 
Polícia ideal - Autoridades e especialistas em segurança pública são unânimes em dizer que a polícia ideal é aquela que consegue manter a ordem e garantir o cumprimento das leis ao mesmo tempo em que respeita os direitos humanos e consegue ser próxima do cidadão. Para tanto, precisa ser bem treinada, receber remuneração adequada e contar com uma corregedoria forte. Levantamentos recentes sobre o setor mostram que a realidade passa longe disso. Pesquisa do Fórum Econômico Mundial sobre a solidez de diversas instituições, divulgada em 2011, revela que a polícia brasileira ocupa a 66ª posição entre 142 países – a posição é pior que a de Vietnã e Ruanda, por exemplo.
Os índices de criminalidade estão caindo nos últimos anos no Brasil, especialmente em metrópoles como São Paulo. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), em 2011, por exemplo, o estado de São Paulo fechou o ano pela primeira vez abaixo da taxa de 10 homicídios por grupo de 100 mil habitantes. Mesmo assim, a percepção da sociedade brasileira em relação aos responsáveis pelo combate à violência ainda é ruim. Segundo levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em 2010, a polícia brasileira foi considerada lenta, ineficiente, incompetente, desrespeitosa e preconceituosa pela maioria dos entrevistados.
“A Polícia Militar tem uma imagem herdada da ditadura, quando era uma caixa- preta e impunha medo ao cidadão”, afirma o sociólogo Claudio Beato, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “De certa forma, a polícia continua como uma incógnita para a população até hoje. A nossa policia se distanciou muito do cidadão.”
Esse estigma se reflete no nível de confiança da população. Um levantamento encomendado pela Rede Nossa São Paulo ao instituto Ibope mostra que 55% dos paulistanos não confiam na PM, índice que oscilou pouco nos últimos anos. Na pesquisa do Ipea, a rejeição da PM em todo o país é a maior entre as corporações policiais: 27,7%, enquanto a Civil tem 25,9% e a Federal 17,5%.
Comandante-geral da PM paulista , o coronel Álvaro Camilo reconhece a fama da corporação, mas se defende. “O cidadão espera que o policial seja uma espécie de homem perfeito”, afirma. “Nós tentamos mostrar que ele é um homem comum que está suscetível a erros. Se tiver ocorrido algum excesso, vamos investigar e punir os infratores.” A PM de São Paulo é a maior do país, com um efetivo de 85 000 homens
Unificação – Especialistas ouvidos pelo site de VEJA apontam duas alterações necessárias para aproximar a polícia do seu ideal. Uma das discussões que reaparece de tempos em tempos é a unificação das forças policiais estaduais, algo complexo e ainda distante da realidade, por mesclar a realidade dos quartéis da Polícia Militar com as regras da Polícia Civil. Para os defensores da fusão, há benefícios financeiros, burocráticos e operacionais na fusão das instituições. E, em tese, a unificação poderia acabar com disputas de poder, como se viu no Rio de Janeiro no fim do ano passado. Outra corrente defende, em vez da fusão, a maior integração entre as corporações.
A Constituição de 1988 designou a Polícia Militar para as atividades de patrulhamento e a Polícia Civil para a investigação. Para alterar as atribuições, o instrumento necessário é uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). O sociólogo Claudio Beato classifica a divisão de “terrível” e critica a indefinição do papel de cada corporação. “O fracionamento da atividade policial cria áreas de conflito, pois uma passa a patrulhar e outra a investigar. É preciso mudar a Constituição e fazer a junção entre as polícias”, afirma.
O jurista e cientista político Jorge da Silva, professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), apresenta algumas alternativas. Uma delas é o modelo europeu, onde, por exemplo, a Gendarmerie francesa e os Carabinieri italianos executam, além das atividades ligadas à defesa interna, as funções de polícia nas cidades interioranas. As regiões metropolitanas contam com um corpo policial específico. “Só um país rico como o Brasil pode se dar ao luxo de ter duas polícias que têm conflitos interesses. Isso é uma dicotomia única no mundo. Embora a unificação completa apresente desvantagens, ela oferece mais vantagens, como a eliminação dos conflitos institucionais”, afirma Silva.
Ex-ministro da Justiça, o senador Aloysio Nunes (PSDB) é contra a unificação. “Quando eu era ministro, houve uma tentativa de unificar as polícias, porém a ideia é inviável. É preciso fazer uma integração operacional, de informação e de formação entre os dois ramos”, afirma. “O processo de unificação seria muito doloroso e beneficiaria apenas o crime”, adverte, baseando-se nas conhecidas investidas do banditismo nos momentos em que há fragilidade entre as organizações que combatem o crime.
O coronel Camilo tem a mesma visão: “Não é o maior ou o menor número de corporações que vai resolver o problema, mas o emprego de cada uma delas”, defende.
Política de segurança – Construir uma polícia ideal é uma tarefa trabalhosa e, segundo especialistas, envolve melhorias em vários setores: no treinamento dos oficiais, na credibilidade e na gestão das corporações, na prevenção e no planejamento do trabalho policial, no mapeamento das zonas de perigo, na prisão de mais bandidos e na integração do sistema de justiça criminal para que o criminoso seja mantido encarcerado.
De fato, o trabalho integrado e os resultados que a sociedade espera depende mais de políticas de segurança que da quantidade de instituições. A situação atual das polícias brasileiras mostra que um horizonte de unificação está a anos-luz de distância. As ações mais efetivas percebidas como “trabalho da polícia” têm, antes das prisões e da exibição do distintivo, empenho de integrantes do Ministério Público e da Justiça e investimento em estruturas de inteligência e produção e análise de estatísticas de criminalidade – algo que a maioria dos governos estaduais não leva a sério, como mostra o último Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública
O outro desafio das polícias e dos policiais é fazer com que a sociedade os perceba mais como servidores públicos do que como guerreiros, ou agentes associados a truculência e risco para o cidadão. “É importante entender que o trabalho de um, o policial, é complementado pela colaboração do outro, o morador”, afirma a antropóloga e professora da UERJ Alba Zaluar.
“De um sistema centralizado e militar, focalizado no incidente após ele ter acontecido e na contenção do criminoso, precisamos passar a outro descentralizado, localizado e focalizado no cidadão, dedicado a resolver problemas comuns dos moradores locais e a prevenir o crime ali”, diz Alba Zaluar. Especialistas afirmam que esse processo precisa começar na formação do policial e ser acompanhado por uma reciclagem completa do efetivo atual.
Conheça algumas visões a respeito da polícia:
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Aloysio Nunes, senador (PSDB) e ex-ministro da Justiça

O que as pessoas esperam da polícia é que ela aja como um braço da Justiça para punir aqueles que cometem delitos e na manutenção da ordem. A polícia precisa ser bem preparada, remunerada, dotada de investimentos de ponta, investigar e tratar o cidadão com cortesia.
Quando fui ministro da Justiça, na gestão FHC, houve a tentativa de unificar as polícias. No entanto, é impossível criar uma única corporação. O que se precisa é integrar as duas polícias. Essa integração deve ser operacional, de informações e de formação dos dois ramos. O processo de unificação seria muito doloroso e beneficiaria apenas o crime. Pela minha experiência de político, o povo quer a polícia na rua, segurança, patrulhamento e presença. 

domingo, 29 de janeiro de 2012

"Domingueira do pó - drogas, mulheres e som automotivo!" Cartaz intriga moradores


Anúncio da 'Domingueira do Pó' desafia a polícia na Grande BH

Moradores de Santa Luzia estão intrigados com os cartazes, que prometem drogas, mulheres e som automotivo liberados


RENATO COBUCCI
domingueira po
Cartaz chama a atenção de quem passa pela avenida Brasília, em Santa Luzia


Cartazes que anunciam uma festa “sem lei” estão chamando a atenção de moradores de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Na avenida Brasília, próximo aos bairros Cristina C, São Benedito e Londrina, anúncios colados nas paredes de lojas e postes convidam para a “Domingueira do Pó”, evento marcado para às 19 horas deste domingo (29), no Londrina, e que promete drogas, mulheres e som automotivo liberados.

Outro detalhe curioso é a referência do local da festa: “próximo ao quartel” (perto do endereço funciona a 58ª Companhia do 35º Batalhão de Polícia Militar).

A enfermeira Aparecida Fonseca, de 54 anos, que mora na avenida Brasília, no São Benedito, desconfia que os cartazes tenham sido pregados na madrugada de sábado (28), porque na sexta-feira não estavam no local.

A auxiliar de limpeza Solange Dias, de 39 anos, moradora do bairro Belo Vale, disse que nunca viu anúncios como estes, apesar de ver acontecer festas em bares com a participação de mulheres usando roupas muito curtas e homens estacionando carros com som em alto volume. “O mundo está acabando”, lamentou, ao ver o cartaz.


Segundo o sargento Ivan, da 58ª Companhia Tático Móvel do 35º Batalhão, a polícia providenciou a retirada da maioria dos cartazes e informou que a ocorrência foi registrada na Delegacia de Polícia Civil de Santa Luzia, que vai encaminhar o caso à promotoria. No entanto, a suspeita dos militares é de que os cartazes tenham sido colados por moradores para chamar a atenção da polícia e reivindicar mais segurança.

Apesar de o militar ter informado que o policiamento no local é intenso e de que não há ocorrências de festas regadas a drogas e sexo nas imediações, um morador e um frequentador da região, que não quiseram se identificar, disseram que, na avenida Bernardo Guimarães, endereço tanto da festa quanto da unidade da polícia, existem três bares que organizam pagodes todo domingo à noite e incomodam os vizinhos, por causa do som alto.
    
noticias da pc

NA POLÍCIA CIVIL NÓS SOMOS OS PALHAÇOS!!!


NA POLÍCIA CIVIL NÓS SOMOS OS PALHAÇOS!!!
Mais de 810 policiais civis, incluindo todos os nomeados do ultimo certame não recebem a gratificação de insalubridade, qual a justificativa legal? Nenhuma!
Os três últimos Secretários de Segurança Pública, quando exaustivamente questionados dos motivos do não pagamento desta verba, utilizam argumentos dos mais diversos, por ultimo e ridiculamente, o atual Secretário saiu com uma pérola: “falta a inspeção nas Delegacias”, mal sabe ele que a ultima e valida inspeção sanitária nas unidades da polícia civil ocorreu no ano de 2006, portanto, é esta que serve como parâmetro único para a implantação devida, o resto, é conversa de quem não sabe os rumos da legalidade e diz qualquer coisa, sempre se distanciando da verdade.
O Estatuto dos Servidores Públicos do Estado do Maranhão, Lei 6.107 de Julho de 94, no seu Art.95, versa, in verbis:
“Art 95- Os servidores que habitualmente trabalham em locais insalubres, ou em contato permanente com substâncias tóxicas,radioativas, inflamáveis ou com eletricidade ou que causem danos à saúde, fazem jus ao adicional de insalubridade ou de periculosidade, calculado sobre o vencimento do cargo efetivo.
§1º-O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e periculosidade deverá optar por um deles.”
Em virtude da falta de respeito e compromisso com o trabalhador policial, de fato e de direito, não bastando apenas reconhecimento de palavras vazias, e sim, pagando e praticando justiça salarial, tivemos que protocolar ação judicial para sanar os desmandos praticados e estamos aguardando a decisão final.
Abaixo portaria PROVANDO que eles concedem a gratificação de insalubridade a quem querem, e que os argumentos desprovidos de sustentação objetiva, são apenas palavras vazias e carregadas de inverdades.
Texto de total responsabilidade de
Amon Jessen
Presidente do SINPOL-MA
PORTARIA Nº 022/2012 - GAB/SSP/MA
O SECRETÁRIO DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA, no uso de suas atribuições legais, conforme Oficio nº. S.N/2011- DRV de 27.11.2011, e parecer nº 03/2012 - ASSEJUR/SSP de 03/01/2012,
RESOLVE:
I – Remover ex-oficio M.G. S. M, Auxiliar de Serviços Gerais, Referência 9, Matrícula nº. 640524, da Delegacia Regional de Viana, para o Instituto Medico Legal, a considerar de 07/12/2011.
II - CONCEDER GRATIFICAÇÃO DE INSALUBRIDADE NO PERCENTUAL DE 40% (QUARENTA POR CENTO), COM BASE NO DECRETO Nº 17.896 DE 27.04.2001,
COM EFEITO FINANCEIRO A PARTIR DE 01/01/2012.

dê - se ciência, publique-se e cumpra - se:
secretaria de estado da segurança pública,
em São Luís, 05 de janeiro de 2012.
Aluísio Guimarães Mendes filho

Fonte: diário oficial de 16 de janeiro do corrente ano

sábado, 28 de janeiro de 2012

MPF pede prisão de três juízes federais


Dívida de R$ 21 milhões levou à venda da sala da Ajufer

As denúncias do Ministério Público Federal contra três ex-presidentes da Associação de Juízes Federais da 1ª Região (Ajufer) acusados de usar para fins pessoais o dinheiro da venda de uma sala da associação no valor de R$ 115 mil é apenas a ponta do iceberg de uma fraude de R$ 21 milhões. Os juízes federais Moacir Ferreira Ramos, Solange Salgado da Silva Ramos de Vasconcelos e Charles Renaud Frazão de Moraes são investigados pela corregedoria do Tribunal Regional Federal da 1ª Região por participarem de um esquema de empréstimos em convênio da Ajufer e a venda da sala da associação seria uma das formas de amortizar dívidas criadas.
Em duas denúncias datadas de 10 de novembro de 2011, o MPF pede que os três juízes sejam afastados de suas funções (Moacir Ramos já está afastado pelo tribunal), percam seus cargos de juízes e sejam punidos com reclusão de um a quatro anos e multa por apropriação indébita — para Ramos e Solange Salgado — e por receptação — para Charles Renaud. O afastamento já havia sido pedido em 2010 pela corregedoria do tribunal, mas apenas aceito no caso de Ramos.
Além das penas, o MPF pede que o caso seja levado para o Supremo Tribunal Federal, alegando que os desembargadores do TRF-1 são partes interessadas no processo, pois 17 dos 27 desembargadores são filiados à Ajufer. Com isso, o TRF-1 estaria impedido de julgar o caso.
Um quarto nome, que não consta nas denúncias do MPF, apesar de ser um dos investigados pela corregedoria, é o do juiz federal Hamilton de Sá Dantas. O juiz também é acusado de pegar empréstimos em nome de terceiros para amortizar dívidas em seu nome. Dantas, porém, não aparece como beneficiado pela venda do imóvel.
Duas assinaturas
O dinheiro obtido com a venda da sala da Ajufer, de acordo com o MPF, foi usado em esquema de empréstimos em um convênio firmado entre a associação e a Fundação Habitacional do Exército/Poupex no ano 2000 e suspenso apenas em dezembro de 2010. Pelas regras do convênio, bastava a assinatura do presidente e do diretor financeiro da Ajufer para que fosse concedido empréstimo em nome de terceiros. Todo o dinheiro passava pelo caixa da Ajufer antes de ir para o destinatário do empréstimo.
De 2000 a 2009, os quatro juízes em questão presidiram ou ocuparam o cargo de diretor financeiro da associação, período em que centenas de pedidos empréstimos foram feitos, em nome de 182 pessoas (a maioria juízes), sem que estas tivessem pedido ou recebido as quantias em questão.
A Ajufer ficava como mutuária dos empréstimos e, para que um novo fosse concedido, era necessário pagar uma antiga parcela, explica o atual presidente da associação, o juiz federal Roberto Carvalho Veloso. Com isso, criou-se uma bola de neve de dívidas, com empréstimos cada vez maiores para o pagamento de parcelas de empréstimos anteriores e o desvio do restante.
Um dos nomes que constam nos empréstimos é o de José Henrique Guaracy Rebelo, juiz federal da 9ª Vara de Minas Gerais, que classifica o episódio como "lamentável". Rebelo parece pessoalmente ofendido com o ex-presidente Moacir Ramos. "Todo mundo gostava do Moacir, que é meu colega de concurso. Fiquei extremamente chocado e magoado com ele, pois o tinha em alta conta."
Para Rebelo, o problema criado pelos empréstimos traz uma fama ruim para os juízes. "A população não sabe exatamente do que se trata e muita gente acha que todos os juízes estão envolvidos", reclama.
Auditoria interna
No fim de 2009, quando, após uma auditoria, a FHE/Poupex descobriu a fraude (internamente eram dadas como quitadas as dívidas para o fornecimento de novo empréstimo em nome da Ajufer) entrou com uma ação de cobrança, pedindo o pagamento dos R$ 21 milhões. Como novos empréstimos não poderiam ser feitos para amortizar dívidas, poucos meses depois, a sala da associação foi vendida por R$ 115 mil. Segundo denúncia do MPF, o imóvel teria valor estimado de R$ 350 mil.
Parte do dinheiro da venda, segundo a denúncia, foi utilizado para amortizar R$ 40 mil de um empréstimo em nome da juíza Solange Salgado e R$ 40 mil em nome do juiz Charles Renaud. A juíza, porém, afirma que nenhum dos dois soube de tal destino, que haveria sido ordenado por Moacir Ramos, responsável pela venda da sala. O corretor responsável pela venda do imóvel foi um sobrinho de Solange.
"O Moacir [Ramos] sabia que a casa estava caindo, quando teve a auditoria da FHE/Poupex. Por isso, tentou colocar meu nome e o do juiz Charles Renaud nos empréstimos, incluindo ainda o meu sobrinho na transação", afirma Solange. Ela afirma que o pagamento dos empréstimos pessoais dela foi feito, apesar de não constar no extrato pedido por ela à FHE/Poupex. "Resta apurar se o dinheiro nunca foi repassado pela Ajufer ou se foi passado e nunca foi amortizado."
Quanto à necessidade apontada pelo MPF de que o julgamento dos juízes seja feito pelo STF, Solange diz não ver motivo para isso. "De forma alguma há interesse pessoal dos desembargadores, sejam associados ou não à Ajufer."
Em ano de eleição da Associação Nacional de Juízes Federais (Ajufe) a volta do caso de empréstimos fraudulentos à mídia pode ter influência nas votações, visto a influência dos envolvidos no cenário nacional. Solange refuta a hipótese e o atual presidente da Ajufer diz não saber qual seria a possível repercussão do caso.
Clique aqui para ler a denúncia do MPF contra Moacir Ramos e Solange Salgado.
aqui para ler a denúncia do MPF contra Charles Renaud.