Bom, começo com uma confissão: a
discussão já estava a me provocar enfado.
Mas eis que sou surpreendido com
o post daquele que se designa NYPD – decerto uma referência à polícia da cidade
de New York. Seu texto, como vemos, é repleto de citações, chegando ao
preciosismo de colacionar um vídeo. Tudo a denotar seu suposto conhecimento.
Mas -sempre tem um mas, né – seu conhecimento não transcende mesmo o suposto
Verdadeiramente, ele está a
afetar uma sofisticação que não tem. Tocantemente ao nosso desprestigiado
idioma, ele também não vai muito bem, convenham, mormente na passagem “remonta
da Inquisição”, mas, opa, já estou partindo para desqualificação, o que não é o
caso, ao menos ele sabe virgular minimamente.
Cinjamo-nos ao conteúdo
propriamente.
Bom, ele, a exemplo de seus
colegas, adota aquele expediente que se convencionou nomear de direito
comparado conveniente. Com efeito, de modo muito original, ele evoca modais
antagônicos ao pátrio, e ainda o faz parcialmente. Nos EUA, sabidamente, cada
estado integrante da federação adota políticas variadas no tocante à
estruturação das polícias.
Mas, claro, não nos cinjamos à
América do Norte, como convenientemente fê-lo o colega. Que tal perscrutarmos
as variações do velho continente. Passemos pela Ingalterra, onde o “parquet” é
reconhecidamente diminuto,quase inexistente. Pela Espanha, França, Itália,
Portugal etc. Países desenvolvidos suponho. Dá trabalho, né NYPD. Mas vc, tão
propositivo, terá tempo hábil e a disposição para fazê-lo. Faço fé. Só não sei
se as constatações o agradarão. Ah, estude também as variações possíveis de
persecução penal, notadamente o juizado de instrução etc. Sigamos. No
pertinente ao que vai no vídeo,o que dizer? Em solos tupiniquins, um policial
civil que se preze poderá, sim, destacar-se e ser prestigiado. A história esté
repleta de exemplos ilustrativos. A despeito de ser ele delegado, investigador
ou integrante de uma outra qualquer carreira. Agora, caso ambicione trocar de
cargo, só por intermédio de concurso público. Sumamente: um investigador
destacado, com expertise reconhecida, por este ou aquele motivos, almeja ser
delegado, quer ser chefe de fato e de direito. Qual a solução democraticamente
concebida, que afere o mérito? Formar-se em direito e prestar concurso para
delegado, oras. Noutras palavras: fora ele um investigador destacado como
delegado terá o mesmo ou maior destaque. Fora ele um bosta como investigador
como delegado…
“Ah, o bacharelismo jurídico é
nefando para a polícia brasileira.” Compreendo. Bachareslimo bom é o não
jurídico, né. Que confere o NU e repercute no bolso.
Caro NYPD. Penso que vc, no alto
de sua jactância, supôs, de afogadilho, ter esgotado o temário. Ledo e rematado
engano. Nas suas novas -e espero que aprofundadas pesquisas – afira tb o modo
de seleção dos policias mundo afora. Volte nos EUA. Faça o estudo por completo,
ok.
Gostei sobremodo da parte em que
vc, tão genuinamente combativo, faz menção às polícias ostensiva. Quis afetar
isenção , né colega, mas francamente não me convenceu.
Encerro fazendo-lhe m pedido. Não
somos nós delegados a patrocinar uma lavagem cerebral, e, sim,vocês. Vendendo
uma cantilena disparata. Delegado, investigadores, escrivães e quejandos têm a
mesma madraçal, a academia de polícia. Todos saem de lá. Com formações
distintas. Delegados como chefes. Muitos investigadores aprimoram seus
conhecimentos de investigação com o exercício da profissão. Delegados tb.
Ocioso, parece-me, citar os inúmeros exemplos.Para de se iludir e ao seus
pares. Ainda que uma mudança houvesse, nós continuaríamos superiores
hierárquicos, já ouviu falar em direito adquirido. Demais disso, se formos
encampar o direito alienígena, assim da forma como vc sugere, ou seja, de modo
consciente e apartado de nossas peculiaridades, juízes hão de ser eleito, assim
como os promotores. Policias serão selecionados por intermédio de outro
expediente que não concurso público. Delegados, que são equivalentes dos
xerifes norte-americanos, que vc convenientemente deixou de mencionar (enfeixam
poder policial expressivo e judicial limitado), seriam eleitos.
Em tempo: nos seus vindouros
estudo, não vale se socorrer do Google, ok. Visite os tomos a respeito.
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