sábado, 13 de novembro de 2010

Ao delegado Edmar Cavalcanti: Força, coragem e boa recuperação.

Recentemente foi noticiado pelos principais telejornais o fato envolvendo alguns indígenas da tribo Guajajaras e o Delegado Regional de Barra do Corda-MA.
Naquela oportunidade a BR 226 mais uma vez havia sido “interditada” pelos “silvícolas” da reserva Cana brava. (o histórico de crises naquela região é enorme)
É público e notório que os índios daquela região extorquem os motoristas sob o pretexto de estarem cobrando “pedágio” pela utilização da via, fato este quase sempre ignorado pelas autoridades estatais.
Em razão desta nova interdição, o Delegado Edmar Cavalcanti que passava pelo local amistosamente tentou exercer seu direito de ir e vir; Ocorre que os indígenas não estavam naquele local em missão de ”paz”, ao que de maneira bárbara e covarde agrediram o delegado, este mesmo sofrendo vários disparos de arma de fogo (pelo menos cinco) e tendo o dedo anelar decepado, conseguiu sobreviver ao ataque.
Manifestamos antes de qualquer coisa nossa irrestrita solidariedade ao colega Dr.Edmar e lamentamos que na ocasião não se tenha feito presente nenhum representante maior da polícia civil.
Não negamos a existência de empecilhos de ordem maior que possam ter dificultado a viagem de um representante classista ao local, mas preciso registrar tal ausência vez que durante a formação de chapa, uma de minhas sugestões fora a criação de uma espécie de “comissão de defesa das prerrogativas do delegado” (que prerrogativas?) Tal comissão deveria se fazer presente sempre que o delegado estivesse envolvido em situações de crise, como de fato fora no caso em comento.
Sabemos que na segunda feira (08/11/2010) foi iniciada uma sangrenta rebelião no complexo penitenciário, fato que pode ter impedido uma maior atenção ao crime sofrido pelo Delegado Edmar Cavalcanti por parte de seus pares, mas são momentos como este que o profissional precisa sentir o apoio e a força da Instituição Polícia Civil, de maneira que a reação aos agressores seja à altura e com a força necessária para que se reafirme o império da LEI.

NOTA: Em conversa mantida na data de hoje com o colega Edmar, este retificou a informação anterior dada a este blog e confirmou que houve sim a presença de um representante da ADEPOL no caso dos índios da tribo cana brava, parabéns à ADEPOL por tal iniciativa.

por: Márcio Dominici (Delegado de Polícia Civil, Vice Presidente paraRegião Sul - Adepol.)

Um comentário:

  1. Fui o primeiro, juntamente com os delegados Jeffrey (1 DP ITZ), Pollyanne (DEAM), Lúcio (DRF), e Josilene (SESEC) a receber e prestar apoio ao colega Edmar (DRBarra do Corda) no hospital em Imperatriz, MA.

    Logo após a chegada do colega, trazido por uma ambulância, acompanhei-o durante a realização de exames, tendo, inclusive, passado a noite na enfermaria em que Edmar se recuperava, e lá fiquei até que sua esposa chegou e me substituiu.

    Muito me abalou o fato de não ver presente membros do alto escalão da Polícia Civil do Estado do Maranhão e, também, pelo fato de não ter sido prontamente disponibilizado agentes de segurança para a segurança do Delegado ferido.

    Engraçado que no mesmo dia assisti a um filme (os donos da noite) em que um policial havia sido baleado e na porta do leito em que repousava e se recuperava existia dois policiais responsáveis pela segurança do colega, além de diversas integrantes da polícia, que lotavam aquele nosocômio.

    Diante disso entrei em contato com a ADEPOL e após algumas ligações finalmente fora disponibilizado um único investigador de polícia polícia civil lotado no plantão de Imperatriz, MA, apenas por uma única noite, para cuidar da segurança de nosso colega, que após ser baleado, já havia sofrido outras ameaças por parte do "silvículas".

    Conclusão: rezei para nunca ser ferido e que, caso seja, que possa contar com colegas que tenham atitudes parecidas com as minhas.

    por: Leonardo Carvalho (Delegado de Polícia Civil, Especialista em Direito Público, Direito Penal e Processual Penal pelo ICAT UDF e Professor do Curso de Direito - Facimp Itz)

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