Ofende os bons, quem poupa os maus.
A verdade inserida neste ditado foi muito bem analisada em uma palestra proferida pelo Professor Luiz Marins. Na sua fala ele diz que “quando somos complacentes com quem não é bom, estamos, na verdade, ofendendo os que são verdadeiramente bons”. Pura verdade! Termina por contaminar todo o ambiente porque vai envolvendo a todos e causando desânimo.
Das várias situações que o ilustre professor apontou para mostrar os efeitos negativos dessa complacência com os maus no ambiente de trabalho nenhuma se fez tão adequada para a minha compreensão do fato do que imaginar a própria realidade: imaginemos dois escrivães sob o mesmo estatuto, tendo as mesmas obrigações e exercendo a mesma atividade, em local comum de trabalho e sob as mesmas chefias. Horas de trabalho diferenciadas. E muito! Um chega e sai no horário, o outro, não. Um procura ser competente, o outro não. Um procura ser responsável, o outro, ainda não sabe o que é isso. Um pode usar viatura até para prestar concurso público em outra cidade, o outro, se precisar da mesma, porque precisou trabalhar até mais tarde (flagrante não espera)escuta um não. Já pensou?! E o pior ainda é se por mais de uma vez já ocorreu de o trabalho não ser feito e um pegar a culpa pelo outro só porque as autoridades mesmo conhecendo a realidade decidem pela contínua e permanente complacência. O motivo?! Não sei.
Já imaginou que ambiente?! Pessoas erradas sendo tratadas da mesma forma que pessoas certas. Pessoas desonestas com tratamento igual ao das pessoas honestas. Que isso ofende, ofende!O resultado todo mundo sabe.
Márcia Gardênia Alves Pereira / EPC-MA
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Belíssimas palavras policial Màrcia, belissimas...
ResponderExcluirVeja o que produzir nos idos de 2002:
Por uma reflexão imprescritível: “Ética” Corporativa versus Ética Cidadã
A consciência de auto-importancia obriga o agente de segurança publica a abdicar de qualquer lógica corporativista.
Ter identidade com a Instituição de Segurança amá-la, coisas essas desejáveis, não se podem confundir, em momento algum, com acobertar práticas abomináveis. Ao contrário, a verdadeira identidade funcional de um homem pertencente aos quadros da Segurança Publica, exige do sujeito um permanente zelo pela “limpeza” da Instituição da qual participa.
Um verdadeiro agente de segurança publica (policial militar, civil, bombeiro, penitenciário), ciente de seu valor social, será o primeiro interessado no “expurgo” dos maus profissionais, os corruptos, dos torturadores, dos psicopatas. Sabe que o lugar deles não é um órgão de segurança publica, pois, além do dano social que causam, prejudicam o equilíbrio psicológico de todo o conjunto da corporação e inundam os meios de comunicação social com um marketing que denigre o esforço heróico de todos aqueles que cumprem corretamente sua espinhosa missão. Por esse motivo, não está disposto a conceder-lhe qualquer tipo de espaço.
Aqui, se antagoniza a “ética da corporação”(que na verdade é a negação de qualquer possibilidade ética)com a ética da cidadania(aquela voltada à missão dos órgãos que compõem a segurança publica em geral, junto a seus clientes, os cidadãos).
O acobertamento de praticas espúrias demonstra, ao contrário do que muitas vezes parece, o mais absoluto desprezo pelas instituições que trabalhem, tais funcionários. Quem Acoberta o espúrio permite que ele enxovalhe a imagem do conjunto da instituição e mostra, dessa forma, não ter qualquer respeito pelo ambiente do qual faz parte.
(Texto retirado do livro Direitos Humanos: Coisa de Policia, Ricardo Balestreri, com adaptações realizadas à realidade em geral inerente aos Sistemas de Segurança Publica do país, pelo Delegado de Policia Civil Sebastião Uchôa – São Luis-Maranhão-2002, após participar de um seminário no estado do RJ tendo o Prof. Ricardo Balestrei como centro de uma das apresentações acerca dos mundos e submundos da vida profissional policial em nosso país face aos desafios para com a promoção dos Direitos Humanos e sua condução ética da prática policial em suas respectivas corporações).