Nota Adepol sobre manifestação do ministro Joaquim Barbosa sobre a PEC 37
NOTA À IMPRENSA
A Associação dos Delegados de Polícia do
Brasil – ADEPOL/BR, diante das declarações públicas do Presidente do
Supremo Tribunal Federal, Ministro Joaquim Barbosa, acerca de seu
posicionamento sobre a possiblidade de realização de investigação
criminal direta pelo Ministério Público e contrário à PEC 37, assim se
manifesta:
1- A manifestação do Presidente não
traduz a realidade buscada pela PEC 37. Desta forma, cabe esclarecer a
opinião pública e os meios de comunicação, destacando que o MP não está
perdendo absolutamente nada. Primeiro por que não se perde aquilo que
não se tem. Segundo, que ao contrário do que afirma o ministro,
perniciosa é a atividade de investigação pelo Ministério Público, sem
prazos e sem normas, que fere mortalmente os direitos fundamentais do
individuo.
2- O Ministério Público, em razão da
adoção pelo ordenamento jurídico pátrio do sistema de persecução
criminal acusatório, jamais ostentou poderes de investigação direta. Por
ocasião da Assembléia Nacional Constituinte, as forças políticas
ligadas ao Ministério Público envidaram esforços no sentido de
conferir-lhe poderes de investigação, por meio da apresentação de sete
emendas, as quais foram expressamente rejeitadas;
3- Não bastasse o posicionamento do
Constituinte Originário, duas propostas de emenda à constituição foram
apresentadas para a mesma finalidade, sendo ambas, pela mesma razão,
rechaçadas pelo Parlamento;
4- A despeito de não deter poderes de
investigação, o Ministério Público, acreditando-se acima do império da
lei, passou a realizar investigações diretamente, em grave afronta à
ordem constitucional;
5- Devemos lembrar que, contrariando as
mentiras propaladas, o texto atual da PEC ressalva todas as
investigações já realizadas pelo Ministério Público, mesmo sem o devido
amparo legal.
ASSOCIAÇÃO DOS DELEGADOS DE POLÍCIA DO BRASIL
6- Apesar da confusão, que permeia até
mentes iluminadas quando se manifestam sobre o objeto e a finalidade da
proposta esperamos que o Ministério Público continue a realizar a função
extremamente importante que lhe confere a Constituição, de forma
integrada, sem, no entanto, querer usurpar e enfraquecer as funções de
outras instituições.
7- Juristas altamente conceituados, OAB e
AGU, acompanham a posição manifestada pela Adepol, contrária à
investigação produzida pelo Ministério Público.
PAULO ROBERTO D’ALMEIDA
Presidente
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