Após receber voz de prisão, promotor Eugênio Amorim afirma que sairá da Vara do Júri
"É isso que a bandidagem vai querer", disse o promotor
O promotor de Justiça Eugênio Amorim afirmou, em entrevista ao programa Gaúcha Repórter, na tarde desta quarta-feira, que deixará a Vara do Júri. A declaração acontece um dia depois de um desentendimento em uma audiência da 1ª Vara do Júri do Foro Central de Porto Alegre, em que a defensora pública Tatiane Boeira deu voz de prisão ao promotor.
— Eu vou sair da Vara do Júri. É isso que a bandidagem vai querer. Por ordem da defensora pública e da juíza — afirmou.
Segundo o promotor, o ato da defensora foi um abuso de autoridade.
— Eu desacatei a juíza, mas a juíza não me prendeu, foi a defensora. Ela foi mais realista que a rainha — disse.
A defensora Tatiane Boeira afirma que agiu como guardiã do Tribunal de Júri.
— Eu dei a voz de prisão para fazer cessar aquela agressão.(...) Somente ao presidente da república não é permitido dar voz de prisão. Eu, como cidadã brasileira, posso fazer isso. Ele tem a prerrogativa de não ser detido — salientou.
Na terça-feira, pelo menos quatro pessoas estavam sendo julgadas por suspeita de participação em duas tentativas de homicídio e tráfico de drogas na Vila Mario Quintana, na zona norte de Porto Alegre, em 2008. Em determinado momento, Amorim teria feito menção à Operação Poeta, da Polícia Federal, ocorrida no mesmo ano, e tentado ligar os réus a esse caso por meio de um apenso — um anexo ao processo. A medida foi negada porque as outras partes não teriam tido vista. Foi aí que começou a confusão.
Ouça as entrevistas do promotor e da defensora:
— Eu vou sair da Vara do Júri. É isso que a bandidagem vai querer. Por ordem da defensora pública e da juíza — afirmou.
Segundo o promotor, o ato da defensora foi um abuso de autoridade.
— Eu desacatei a juíza, mas a juíza não me prendeu, foi a defensora. Ela foi mais realista que a rainha — disse.
A defensora Tatiane Boeira afirma que agiu como guardiã do Tribunal de Júri.
— Eu dei a voz de prisão para fazer cessar aquela agressão.(...) Somente ao presidente da república não é permitido dar voz de prisão. Eu, como cidadã brasileira, posso fazer isso. Ele tem a prerrogativa de não ser detido — salientou.
Já a defensora pública Tatiane Boeira contou que qualquer cidadão pode dar voz de prisão em flagrante. "Quem decide depois se a pessoa será efetivamente presa é a polícia", complementa.
Depois da discussão, os envolvidos foram ouvidos pelo subprocurador para assuntos jurídicos e procurador-geral em exercício, Ivory Coelho Neto, no Ministério Público. O chefe de gabinete da Defensoria Pública do estado, Alexandre Brandão Rodrigues, disse que "foi pedida ao Ministério Público abertura de procedimento investigatório contra Amorim por desacato".
Entenda o caso:Na terça-feira, pelo menos quatro pessoas estavam sendo julgadas por suspeita de participação em duas tentativas de homicídio e tráfico de drogas na Vila Mario Quintana, na zona norte de Porto Alegre, em 2008. Em determinado momento, Amorim teria feito menção à Operação Poeta, da Polícia Federal, ocorrida no mesmo ano, e tentado ligar os réus a esse caso por meio de um apenso — um anexo ao processo. A medida foi negada porque as outras partes não teriam tido vista. Foi aí que começou a confusão.
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