terça-feira, 23 de agosto de 2011

Presidente da Adepol diz que categoria se protege com a ajuda de colegas policiais


Segundo presidente da entidade, Antonio Carlos Lessa, nenhum recebe proteção

Por participarem das investigações de pessoas perigosas, desvendarem crimes e desbaratarem quadrilhas, mais de 20 delegados do Estado são constantemente ameaçados de morte. Destes, apenas um teve proteção policial por tempo determinado, afirma o presidente da Associação dos Delegados de Alagoas, delegado Antônio Carlos Lessa.

“Quando a gente resolve um crime, passa a ser um inimigo eterno dos criminosos”, declara.

Segundo ele, apenas um delegado no atual governo, teve por alguns dias, proteção policial concedida pela Delegacia Geral da Polícia Civil. “A segurança foi retirada por falta de estrutura da própria polícia de não poder disponibilizar pessoal para fazer a proteção dos delegados ameaçados”, esclarece, dizendo ainda que todas as vezes que um delegado precisa, conta com a colaboração dos policiais e delegados amigos.

Nenhum dos delegados ameaçados tiveram os nomes revelados. “A Adepol toma as providências todas as vezes que um de seus membros são ameaçados”, enfatiza Calos Lessa.

Apesar de não contarem com segurança policial, os delegados tomam alguns cuidados para evitar serem pegos de surpresa. “Procuramos andar sempre acompanhados de um policial e evitamos andar em locais públicos e com aglomeração”, explica o presidente da associação.

Há alguns anos, foi descoberto um plano para matar o diretor-geral da Polícia Civil, delegado Marcílio Barenco. Em 2008, a polícia prendeu nove pessoas, entre elas um sargento e um cabo da PM, envolvidas no plano. Uma décima pessoa já estava presa em Pernambuco. Três pessoas ainda estariam foragidas.

A reportagem da Tribuna Independente tentou falar com o presidente do Conselho Estadual de Segurança, Paulo Brêda, mas não teve sucesso.

ESCOLTA

Membros da Justiça alagoana também revelaram esta semana que são ameaçados de morte. O presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, Sebastião Costa Filho, revelou que quatro magistrados possuem escolta da Polícia Militar, por se sentirem ameaçados em função da profissão que desempenham. Entre eles estão juízes da 17ª Vara Criminal e um desembargador. O presidente do TJ admitiu também já ter recebido ameaça de morte no exercício de sua função, enquanto desembargador.

A divulgação das ameaças foi motivada por conta do assassinato da juiza Patrícia Acioli, no Rio de Janeiro, no dia 11, que não estava na lista dos ameaçados. No mesmo final de semana do crime, a Tribuna Independente publicou matéria intitulada “Silvânio Barbosa; marcado para morrer”, protagonizada pelo prefeito comunitário do Complexo Benedito Bentes.

Comentário do blog:
 A morte da juíza Patrícia Aciloli foi sem dúvida alguma um fato grave e merecedor de toda atenção por parte das autoridades a fim de levar à prisão os responsáveis pelo cometimento de tal ato.
Entretanto, me chamou a atenção o fato de que nós policiais, delegados, auditores e tantos outros servidores que atuam em situação de constante  risco, terem sido relegados do debate acerca da segurança especial que determinados servidores públicos merecem. Tenho colegas que estão sob ameaça de morte e no entanto nada foi efetivamente feito por pura deficiência do sistema. A vida de um magistrado não é mais importante que a vida de qualquer outra pessoa. Segurança é DEVER do Estado e DIREITO de TODOS segundo a própria Constituição Federal. Em um país que a LEI maior é desrespeitada cotidianamente, falar em segurança para um cidadão qualquer parece ilusão, basta ver os índices de criminalidade neste Estado ou neste país para se ter a certeza de que segurança pública não é e provavelmente nunca será prioridade, afinal, quem pode pagar por carro blindado, condomínios protegidos por muros cada vez mais altos, com cerca elétrica, guarita e contratação de segurança particular não irá se preocupar com o Joãozinho da Silva entregue à própria sorte, ainda que sejam cada vez mais constantes casos de crimes bárbaros no estrato social mais abastado. Não se deve olvidar que segurança pública é direito fundamental e como tal deve ser tratado.

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