sábado, 17 de março de 2012

Delegados decretam risco de greve por equiparação de salário

Delegados decretam risco de greve por equiparação de salário

 Cleomar Almeida
Os delegados da Polícia Civil de Goiás decretaram ontem risco de greve, caso o governo do Estado se recuse a pagar à categoria um salário compatível com a média da remuneração dos demais profissionais de carreira jurídica estadual, como juízes, procuradores e promotores de Justiça.
O aviso foi divulgado durante assembleia com 226 integrantes do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil do Estado (Sindepol), na Associação Comercial e Industrial do Estado de Goiás (Acieg).
Em média, o valor pago aos profissionais do ramo jurídico no Estado é R$ 18 mil, de acordo com cálculo do presidente do Sindepol, Wilson Luis Vieira. É maior que o dos delegados, que, em início de carreira, recebem R$ 8,748 mil, e, no final, R$ 12 mil. Mais de 50% dos 372 profissionais da categoria ganham salário inicial e apenas 30 deles estão no último patamar, conforme divulgado.
O sindicato informou que o último reajuste foi feito em 2005 e, nesse período, acumularam-se 44% de perdas salariais. “De lá para cá, não houve nenhuma reposição”, afirmou Wilson, pontuando que a situação é mais preocupante para os delegados de classe especial, no término da carreira, que, na época, não teriam recebido o subsídio. Eles já estariam incluídos no teto estipulado pelo Estado.
Wilson disse que o governador Marconi Perillo reconheceu “o direito de os delegados receberem a média do salário dos profissionais da carreira jurídica”, durante reunião em 22 de dezembro. O tucano teria afirmado, ainda, que enviaria, até a próxima terça-feira, um projeto à Assembleia Legislativa para garantir o reajuste, segundo o presidente do Sindepol. Entretanto, as negociações não avançaram mais.
Wilson afirmou ter recebido um “recado informal” do secretário de gestão e planejamento, Giuseppe Vecci, avisando que não iria atender à solicitação da categoria. “O recado chegou uma hora antes da assembleia dos delegados, iniciada às 17 horas”, reclamou o presidente do Sindepol.
De acordo com o secretário, a categoria vai receber um reajuste de 9,6%, assim como os demais servidores públicos do Estado. “Também propusemos um bônus de produtividade individual”, salientou Vecci. “A proposta encaminhada verbalmente é inferior a do governo anterior. Os delegados negaram sugestão de Alcides Rodrigues, que apresentou reajuste médio de 18% e sem tocar em questão de produtividade”, rebateu o presidente do sindicato.
O Sindepol informou que os delegados vão iniciar, no dia 26, o movimento de greve, caso não obtenha uma negociação antes. Segundo divulgado, apenas 30% dos profissionais continuarão trabalhando, conforme estabelece a Constituição.
Fonte: Jornal O Popular

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