segunda-feira, 12 de março de 2012

Realidade Nacional

Delegado diz que Alagoas vive a falência da Polícia Civil

Estado tem carência de 67 delegados

Por Reprodução
Antônio Carlos Lessa, presidente da Associação dos Delegados de Alagoas (Adepol)
A divulgação dos dados da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (Enasp), que apontaram Alagoas como um dos Estados que não conseguiram alcançar a chamada ‘Meta 2’, que previa a conclusão, até abril deste ano, de todos os inquéritos instaurados até dezembro de 2007, reforçou a situação caótica que vive a segurança pública no Estado.

A falta de policiais, equipamentos e comunicação entre Polícia e Ministério Público foram apontadas como questões que influem para o cumprimento da meta. Paraíba, Amazonas e Alagoas não solucionaram e nem arquivaram nenhum dos casos do programa da Enasp.

O presidente da Associação dos Delegados de Alagoas (Adepol), Antônio Carlos Lessa afirmou que os dados comprovam a falência da Polícia Civil e da segurança pública no Estado. Ele confirmou que a carência de delegados e agentes e a falta de boas condições de trabalho nas delegacias acarretam no atraso dos inquéritos.

“Tem delegado respondendo por até quatro delegacias. A justiça concedeu liminar para uma ação impetrada pela Defensoria e condenou o Estado a pagar uma multa diária de R$ 5 mil, devido à falta de policiais em Pão de Açúcar, onde houve um assalto e um agente foi sequestrado da delegacia. Só foram colocados dois policias “, lamentou.

Ainda segundo ele, a segurança de muitas cidades do interior é feita apenas por três policiais militares, além de muitas delegacias terem que custodiar presos. Para o delegado, seria necessário construir casas de custódia em municípios como Penedo, São Miguel dos Campos e União dos Palmares.

“Nos preocupamos com a vulnerabilidade das delegacias, onde existe armamento. Os poucos agentes têm que ficar no local e não realizam as investigações. Essas delegacias têm cerca de 40 presos e em muitas já houve fugas, como em Penedo, que é recordista. Houve interdições e os presos foram transferidos para Campo Alegre e Boca da Mata, também sem estrutura. Pode acontecer uma invasão, resultando na morte de um delegado ou agente”, afirmou.

Concurso
Antônio Carlos Lessa afirmou que o concurso público para delegado e agente da Polícia Civil é uma reivindicação antiga. Ele lembrou que muitos delegados estão prestes a se aposentar, o que vai aumentar a carência, destacando que devido aos plantões, a escala de atendimento à população é menor.

“Temos uma carência de 67 delegados e 30 estão aptos a se aposentar. No interior, os delegados só atendem dois dias na semana, mesmo trabalhando 40 horas. O plantão é de 24 horas, com 72 de folga. Já na capital, o plantão é de 12 por 24. O ideal seria que existisse uma equipe de delegados para substituir o titular na folga”, ressaltou.

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