Recado
Aumento salarial descartado
Pelo segundo ano consecutivo, o
governo não vai conceder reajustes salariais para o funcionalismo.
Diante da crise internacional e da disposição concreta de economizar
recursos para auxiliar a queda dos juros, a presidente Dilma Rousseff e
a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, já avisaram que serão
tempos de escassez. O secretário-geral da Condsef, Josenilton Costa, no
entanto, ainda não desanimou. "Para nós, a única coisa que chegou foi
um aviso de uma mesa de negociação a partir de março. É claro que, se
as coisas não ocorrerem como esperamos, vamos planejar várias
mobilizações", afirma.
Outro ponto de atrito é o debate sobre a
regulamentação do direito de greve no funcionalismo. Durante o segundo
mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o então ministro do
Planejamento, Paulo Bernardo, negociou com representantes da Condsef,
dos policiais federais e civis, um texto que permite a greve para todo o
funcionalismo, inclusive para os militares. "A Miriam tem que tirar
isso da gaveta. Mas queremos ter a certeza de que a regulamentação das
greves é para assegurar os direitos, não para retirá-los", exige.
A Constituição não regulamentou o direito de greve do funcionalismo, principalmente das Forças Armadas e policiais militares. Mas o assunto voltou à tona com as recentes greves no Maranhão, no Rio de Janeiro e, principalmente, na Bahia. Os defensores da matéria afirmam que é preciso discutir a questão, inclusive, para impor limites e definir punições justas em casos de paralisações. Assessores palacianos procurados pelo Correio descartam a possibilidade de esse debate ser retomado neste momento.
Fonte: Estado de S. Paulo
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