quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Amadorismo Policial (parte II) – Há culpados??


Amadorismo Policial (parte II) – Há culpados?
Não há dúvida que a Polícia Civil sofre com a falta de concursos regulares para “repor” o capital humano que se aposenta, mesmo sendo a demanda cada vez mais crescente.

Em que pese os últimos investimentos em armamento e viaturas, a verdade é que não há aquisição contínua de equipamentos (móveis, computadores, impressoras etc) e quando a mesma ocorre sua distribuição é irregular; não são priorizadas as delegacias mais necessitadas em termos de estrutura física, investimentos na construção e reforma de prédios que tornem o ambiente de trabalho do policial digno e salubre é mínimo, quase imperceptível.

É interessante frisar que o quadro que ora descrevemos não é responsabilidade desta ou daquela administração, mas sim de uma sucessão de equívocos e omissões ao logo da história da PC. Em verdade muitos Delegados atuam com absoluta desídia, pouco lhes importando se o ambiente de trabalho está adequado às funções de todos os servidores ou não, culpar o Estado/administração lhes é conveninete e mesmo suficiente.

Certa feita encaminhei à SPCI um ofício com sugestões para incrementar o trabalho policial, dentre muitas foi sugerido o estabelecimento de metas e a conseqüente cobrança/fiscalização da administração superior no seu cumprimento, ainda um programa de incentivo aos policiais que mais se destacarem no trabalho diário e a implantação da meritocracia na ocupação dos cargos.
  
A polícia Civil hoje é responsável pela custódia de aproximadamente 1.800 presos de justiça, flagrante desvio de função que traz como conseqüência o enfraquecimento do trabalho de investigação, portanto, menos qualificado, menos resultados, mais críticas à instituição.

Alguns delegados tem respondido por duas e até três cidades, quase sempre sem nada receberem por tal trabalho, por esta razão o trabalho de investigação desenvolvido nessas cidades é quase sempre relegado a segundo plano (se é que exista investigação em tais casos) ocasionando o desgaste institucional e pessoal.

Nesse diapasão, por qual razão não se estabelece a criação de uma gratificação tal qual existe na magistratura e MP onde juízes e promotores a recebem automaticamente em seus contracheques? Dessa forma seria plausível que estes delegados fossem cobrados de forma mais profissional no que pertine às ocorrências nesses municípios.

A Polícia Civil de todo o Brasil precisa ocupar o espaço que lhe foi reservado na estrutura constitucional, não poderá vacilar sob pena de perder espaço nas discussões que se avizinham sobre a imperiosa necessidade de se iniciar uma reformulação em todo o sistema de segurança pública do país, afinal até mesmo a função de uma e outra polícia parece estar invertido, nessa mistura o MP também resolveu "meter a colher"

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