É certo que a portaria PORTARIA
Nº 349/2011 - DGPC/MA (D.O 02/01/2012) determina que o exercício das funções de delegado, investigador e
escrivão deverá obedecer à jornada de 8 horas diárias e 40h semanais, ao mesmo
tempo em que dá certa margem de liberalidade nas escalas de plantão (desde que
formalizadas, fundamentadas e submetidas à apreciação e aprovação das
respectivas superintendências e Delegacia Geral. Tal ressalva talvez tenha como
fundamento a necessidade de se evitar diferenças abissais dentro de uma mesma
instituição, evitando ainda injustiças entre os servidores).
É óbvio que o trabalho policial se reveste de
especialidades e não é possível cobrar, por exemplo, da equipe de policiais que
forma a “capturas” um horário mais
rígido, inflexível, posto que tais servidores por diversas ocasiões se ocupem
além dos limites previstos em escalas à caça de indícios que possam contribuir
na elucidação de fatos criminosos. Trabalho por sinal valoroso e do qual não se
pode prescindir.
Ocorre que, como dito anteriormente, algumas
delegacias parecem ser submundos, onde cada qual aplica uma escala (muitas das
vezes escalas mirabolantes) e o resultado disto é a completa falta de controle
ou pelo menos a falsa sensação de ainda mantê-lo.
Percebe-se que em algumas delegacias cada
servidor se apresenta e deixa o local de trabalho no horário que melhor lhe
convém, sem cerimônia, sem comunicações prévias aos superiores hierárquicos,
não havendo em geral nenhum tipo de cobrança, isto durante uma semana (a) normal
de trabalho.
Investigadores de plantão e por vezes escrivães contam,
em muitas regionais de polícia, com escalas convenientemente elaboradas para
melhor adequar o interesse público ao interesse particular, é como se constatássemos viver efetivamente em uma Cleptocracia, todo o sistema
se volta para satisfazer interesses particulares.
Já se teve conhecimento de fatos graves tais como investigadores abandonarem a permanência, (falta
grave), saíram (algumas vezes se utilizando da própria viatura policial),
fecharam a porta e pronto. Qual a conseqüência de tamanho absurdo? Não sei.
É
preciso profissionalizar a polícia, condutas que desabonem a instituição não
podem ficar impunes, não se pode conceber que num mesmo ambiente de trabalho os
bons policiais sejam tratados na mesma medida que os maus policiais.
É fato que uns são cumpridores com louvor de seus
deveres, sejam delegados, investigadores ou escrivães, outros nada mais são que
motivo de vergonha, lenientes e descompromissados, que a tudo lamentam,
escorando-se nos ombros de colegas que efetivamente fazem a instituição
cambaleante ainda caminhar.
É preciso coragem para cortar na própria carne e não
ficar lamentando o tempo todo aquilo que não se tem, é preciso atitude.
Como dito outrora, falta profissionalização, a
grande maioria dos policias hoje deseja ser apenas aquele tipo de “funcionário
público” com a falsa idéia de que no público tudo pode, tudo se ajeita, muitos já
chegam à delegacia “propondo” ao delegado que só trabalhem nos finais de semana
(sic) e caso não tenham seus pedidos aceitos, rapidamente ajeitam para
conseguir lotação em uma delegacia mais conveniente, por que não dizer
conivente, mostrando dessa forma que tudo soa importante, exceto o trabalho
policial.
Policiais antigos (alguns) se dizem cansados e
demonstram uma má vontade na realização de suas tarefas dígna de comiseração,
os mais jovens acham que sabem mais, são universitários e acreditam possuir
mais direitos que os demais, antes de serem policiais são concurseiros, o que não seria nenhum problema se soubessem
conciliar a situação, afinal todos desejam crescer e a polícia há muito não
passa para a grande maioria de uma espécie de trampolim para alcançar cargos
com melhores remunerações, ambiente de trabalho mais saudável.
Os delegados ( a maioria) assistem a tudo com
parcimônia, parecem temer o exercício do cargo, a tomada de
decisão.
Tem-se assim
nos quadros funcionais uma grande quantidade de aspones.
É pertinente trazer á lume a citação do Coronel
Aviador Washington Mascarenhas que dizia:
“O Poder despreza aqueles que não sabem usá-lo”.
Márcio Dominici
Delegado de Polícia
Caro Dominici,
ResponderExcluirMuito correto o seu texto.Muitos colocam a polícia em segundo plano. A profissionalização da polícia é necessária e urgente
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ResponderExcluirNão creio que seja necessária uma profissionalização, espera-se que todos que estejam aqui ajam como profissionais; o primordial é que haja comprometimento, conscientização por parte de todos que formam a INSTITUIÇÃO POLICIA CIVIL, a começar pelos delegados, pois como superiores hierárquicos devem, antes de tudo, cumprir com suas funções e horários também, para poderem cobrar dos demais servidores que estão sob sua hierarquia . É preciso que alguns superiores deixem de ter uma visão verticalizada em relação a seus subordinados, pois o que se vê, com exceções, claro, são delegados ditatoriais, que não dialogam, se comportam de forma egoísta, até mesmo por parte daqueles que, antes de galgarem o cargo de delegado, foram "agentes" ou escrivães, ou seja, já viveram o dia a dia do agente e escrivão. Concordo que o descompromisso faz parte da postura de alguns servidores, contudo vê-se também "milagres", apesar da defasagem de equipamentos, tanto humano quanto material em que se encontra a Instituição. MUDANÇA DE POSTURA, JÁ! HUMANIZAÇÃO, RESPEITO, DIÁLOGO, IGUALDADE DE TRATAMENTO, isto sim, precisa ser incorporado urgentemente por todos que formam a POLICIA CIVIL DO MARANHÃO.
ResponderExcluirMinha cara "Ana Banana" quando afirmamos que é preciso "profissionalizar" estamos desejando exatamente aquilo que você também afirmou, ou seja, COMPROMETIMENTO, CONSCIENTIZAÇÃO por parte de TODOS! Tem muita coisa errada e certamente não seremos nós a consertar tudo, mas podemos contribuir fazendo nossa parte, eu, você e tantos outros que desejam ver a INSTITUIÇÃO CRESCER. Tenho dito que a POLÍCIA CIVIL jamais será grandiosa enquanto todos não forem valorizados, delegados, IPC, EPC, peritos (não pense que por termos uma remuneração maior, estamos satisfeitos e que somos valorizados pelo Estado, TUDO que se obteve ou foi decorrência de greve ou de decisões judiciais, como a recente URV, que mesmo sob ordem judicial o gov. insistia em não cumprir)Em relação ao que você afirmou em serem os Delegados os primeiros a darem o "exemplo" concordo sob todos os aspectos, como poderei exigir o cumprimento do horário se o "chefe" da unidade é o primeiro a se atrasar para o serviço? Como exigir que você chegue as 8h se eu chego as 10H? Mas isso não poderia implicar necessariamente na má conduta dos demais policiais.
ResponderExcluirNão podemos misturar disputas classistas com o dia a dia do trabalho. Não vejo "milagres", o que se tem feito deve-se a abnegação de alguns poucos. Repito que não podemos ficar "chorando" ad eternum aquilo que não temos, muito embora seja justo reivindicar, até para qualificar o trabalho. Há na verdade em certa medida um de desperdício de material e pessoal, má distribuição e como dito, escalas mirabolantes que só prejudicam o trabalho. É a POLÌCIA que deve vir em primeiro plano e não os interesses e conveniências de A B ou C.
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Caro anônimo,´
ResponderExcluirSó trabalhei tres mese em Imperatriz/Ma. Como pode analisar o trabalho de um delegado em apenas tres meses? Por que não analisar o trabalho que estou fazendo há dois anos e seis meses em Coroata? Diminuimos todos os indices de criminalidade.Quando ao meu trabalho, vc pode ver através das incidencias criminais que são remetidos todos os meses à SSP/Ma, incluisve o numero de inquerito remetido a justica, o numero de mandados de prisão cumpridos e outros. Tá tudo lá!!!!
infelizmente, nao consigo agradar a todos, principalmente os descompromissados.
um comentário sem identificação foi publicado por engano, por isso houve a necessidade de ser deletado.
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