domingo, 10 de julho de 2011

Extinção II

A extinção da polícia civil - MA
 
Há informações que acredito ser de grande importância para que todos os policiais tomem conhecimento, e que se tenha uma real radiografia quanto ao número de policiais que compõem a nossa Polícia Civil e o verdadeiro estado em que ela se encontra.

Atualmente temos o seguinte quantitativo de pessoal: 351 delegados, 77 comissários, 320 escrivães e 1181 investigadores, totalizando 1929 efetivos, desse montante 14 já deram entrada na aposentadoria, 116 tem o tempo completo, ou seja, já estão aptos a solicitar aposentadoria, 181 precisam cumprir 1 ano para completar os 30 anos de efetividade e outros 140 precisam cumprir 3 anos.

Sendo mais objetivo, conclui-se que dentro de 1 ano e alguns meses, poderemos perder do nosso quadro de pessoal 440 efetivos e 2 anos depois, mais 140, totalizando a quantia de 580 policiais. Agravando-se tais informações está o fato de que estes números dizem respeito somente ao tempo de serviço na Polícia Civil, não sendo computado o tempo que a maioria dos colegas possuem “extra-polícia”, sendo assim, se esses dados já são alarmantes, os números reais são definitivamente caóticos.

Somando-se a isso, do penúltimo e último concurso existe outros fatores que é de suma importância serem relatados, mais de 40 policias dentre investigadores e escrivães já pediram exoneração, outros nem assumiram, isso porque temos a pior remuneração da área jurídica de nível médio (agora superior), isso mesmo somos Polícia Judiciária apesar de estarmos inseridos no executivo, sendo que ser oficial de justiça, técnico judiciário, escrivão judiciário, dentre outros é bem mais interessante do que ser policial e ainda existe o fator de a metade destes novos policiais serem de outros estados tais como Piauí ou Pará, fazendo com que fiquem na Polícia Civil somente até arrumar coisa melhor.

Portanto, quando o Governo do Estado anunciou que irá abrir concurso com 250 vagas para a Polícia Civil neste ano de 2011, tal quantidade se quer conseguirá repor as nossas perdas, o fato é que se não houver uma política de reposição de pessoal séria e que realmente vislumbre a realidade e as nossas necessidades já que a população e as novas unidades policiais não param de crescer, nós não conseguiremos sobreviver.

E, assim como na teoria de Darwin, quando se tira mais do que se coloca ou quando se morre mais do que se nasce, só os fortes sobrevivem. e no nosso caso, estamos fadados à EXTINÇÃO.

Obs.: tais dados não incluem a Polícia Técnica porque não tenho os números reais para passar aos senhores, mas pode ter certeza que a realidade é a mesma, ou seja, o Caos.

Hilmar Nogueira Costa
Investigador de Polícia
Lotado na SPCC.
sinpol-ma

Nenhum comentário:

Postar um comentário