segunda-feira, 2 de julho de 2012

Carta aberta da Associação dos Delegados de polícia Federal

Abaixo, carta aberta da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal.

Delegados lançam “Operação Estrita Legalidade” e dizem que só vão agir se governo der condições de trabalho

Delegados de Polícia Federal reunidos em assembleia geral extraordinária decidiram enfrentar até mesmo o Governo para defender a instituição. Por meio da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), estão lançando uma campanha onde pedem “Deixe a Polícia Federal trabalhar”. A decisão foi tomada após reunião realizada hoje, 29, na Secretaria Executiva do Ministério do Planejamento.
O presidente da ADPF, Marcos Leôncio Sousa Ribeiro, afirmou que os participantes saíram do encontro com a sensação de estar diante de um Governo com uma “postura extremamente arrogante e insensível, que não quer efetivamente dialogar”. O encontro contou com a participação de representantes das carreiras típicas de estado que protestaram ontem em frente ao Ministério do Planejamento.
“Estamos orientando os nossos associados a cumprirem com as suas obrigações dentro dos limites estritamente legais”, afirmou Ribeiro. É o que a categoria está chamando de “Operação Estrita Legalidade”. De acordo com o presidente da ADPF, a velha máxima de “missão dada é missão cumprida” deverá ser substituída por “missão dada será missão cumprida se o Governo der condições de trabalho”.
Os delegados reclamam que além de não negociar com a categoria, o Governo está cada vez mais dificultando o trabalho da Polícia Federal. Na instituição, já virou rotina lidar com cortes no orçamento, a falta de pessoal, a capacidade operacional reduzida e a indefinição de postos estratégicos.
Outro problema que tem afetado muito a instituição são as limitações das diárias. Para o presidente da ADPF, quando isso ocorre o Governo está dando um recado claro: parem as operações. Ele acusa o governo de estar burocratizando o processo de liberação com pedidos exagerados de explicação.
“Se não querem que a Polícia Federal trabalhe então tenham a coragem de assumir isso em vez de ficar pedindo explicações excessivas de caráter protelatório”, afirmou Ribeiro. Por exemplo, em época de Eleição os policiais federais precisam percorrer os Estados investigando os casos de corrupção eleitoral, mas sem as diárias, isso não é possível. “Só não venham depois ainda querer usar o nome da Polícia Federal em palanque eleitoral”, criticou o delegado.
Os associados da ADPF estão sendo orientados para somente saírem em missão mediante o depósito prévio das diárias. Inclusive há uma decisão judicial que respalda essa atitude aos delegados filiados à entidade. Além disso, a ADPF está pedindo aos seus associados para documentar e informar todas as dificuldades operacionais e financeiras pelas quais vem passando em suas unidades.
“A Polícia Federal é acostumada a fazer um trabalho de referência e qualidade, como fez na Rio+20 e fará nos demais grandes eventos internacionais; mas se o Governo continuar na base do jeitinho chegará o momento em que será impossível continuar sacrificando nosso pessoal”, afirmou Ribeiro que vem questionando: “A quem interessa não deixar a Polícia Federal trabalhar durante o período eleitoral e na realização de grandes eventos?”.
Posted by SINDPF/RJ

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