Servidores do Executivo terão reajuste salarial linear
Nesta terça-feira, antes de embarcar para Londres, a presidente teve
reuniões com ministros que enfrentam greves de categorias
especializadas, como Anvisa, Receita Federal e Polícia Federal. O
Planejamento avalia quanto cresceram os rendimentos de cada categoria
desde 2003 para definir os índices de reajuste e focar a reposição nos
servidores menos favorecidos no período.
Considerando que o aumento linear para as carreiras básicas do Executivo
em 2013 seria a reposição da inflação de 2012, ou um pouco mais, esse
impacto seria de R$ 7,5 bilhões a R$ 8 bilhões sobre a folha de
pagamento do governo deste ano, que é R$ 152,5 bilhões. Isso sem contar
os reajustes diferenciados. Muito distante, portanto, do impacto
projetado pelo Planejamento caso o governo atendesse todas as
reivindicações dos servidores em greve: R$ 92 bilhões.
Para os militares, o reajuste deve ser mais amplo, porque já há uma
percepção no governo de que é a carreira mais defasada salarialmente.
Dados do Ministério do Planejamento indicam que a despesa média da União
com os militares da ativa aumentou bem menos do que com os civis
ativos: cresceu 123% entre 2003 e 2012 para os civis e 78% para os
militares, contra uma inflação de 52,7% no período.
Além disso, as tensões na caserna, que se acirraram com a criação da
Comissão da Verdade, precipitaram a decisão do governo. Foi bem recebida
pela presidente Dilma a atuação dos oficiais, que refrearam o movimento
rebelde da reserva quando a comissão foi instalada. Nesta terça-feira,
Dilma teve nova reunião com o ministro da Defesa, Celso Amorim, e com os
chefes das Forças Armadas.
Para outras categorias, o Planalto insiste no conceito da meritocracia.
Uma fonte do governo resume a determinação da presidente:
— Quem tem patente, título e “paper” vai ganhar mais. É uma questão de princípios.
Fonte: O GLOBO
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