Governo diz que policiais federais pedem aumento de 150% e sindicato nega
Ministério mostra tabela onde agentes, escrivães e papiloscopistas pedem
salário de R$ 18,9 mil e R$ 24,9 mil. Sindicalista falam em R$ 13 mi e
R$ 18 mil
O governo federal
decidiu retrucar o endurecimento nas negociações por parte dos grevistas
da Polícia Federal (PF), que nesta quinta-feira (16) realizaram operação-padrão em aeroportos do País ,
e que nesta quarta-feira teriam se recusado a ouvir a proposta de
aumento salarial que o Ministério do Planejamento havia elaborado.
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A resposta do Planalto
veio com o vazamento das cifras que até agora estavam sendo tratadas
apenas entre o secretário de relações do trabalho do Planejamento,
Sérgio Mendonça, e a liderança sindical da PF.
Para agentes, escrivães e
papiloscopistas o pedido de aumento varia entre 109,38% e 151,27%. A
categoria quer que o governo eleve o salário inicial dessas três
carreiras de R$ 7.514,33 para R$ 18.881,44. Já para profissionais no
final de carreira, o pedido é para que o vencimento suba de R$ 11.879,08
para R$ 24.873,01.
Os delegados e peritos
federais também pedem aumento. Para a categoria o reajuste pleiteado
pela liderança sindical oscila entre 71,24% e 35,53%. Com esses
percentuais, o piso saltaria de R$ 13.368,68 para 22.891,91.
Enquanto o vencimento em
final de carreira passaria de R$ 19.699,82 para R$ 26.700,00 (próximo
ao que ganha um ministro do Supremo Tribunal Federal, cujo vencimento
bruto mensal de R$ 26.723,13 serve de teto para todo o funcionalismo
público).
Interlocutores do
governo asseguram que os percentuais estão completamente fora de
cogitação. A avaliação é de aumentos solicitados são abusivos ao erário
público.
Em ato de protesto, a PF realizou operação padrão em diversos aeroportos .
O endurecimento na negociação foi o que motivou o governo a vazar os
números que, segundo fontes do Planejamento, não seriam divulgados de
forma oficial.
Sindicato rebate
O vice-presidente da
Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Paulo Roberto
Poloni Barreira, nega que os cincos líderes sindicais reunidos com
Mendonça tenham se recusado a ver a proposta. “Não foi isso o que
aconteceu. Respeitamos o governo, tanto que mantivemos o diálogo por
dois anos e meio”, afirma. “A única exigência que fizemos é que qualquer
proposta esteja inserida como a primeira parcela de uma reestruturação
de carreira”, diz.
Segundo o líder da
Fenapef – que representa agentes, escrivães e papiloscopistas – a
categoria que quer que o governo edite uma lei que defina as atribuições
dos policiais e os reconheça como profissionais de nível superior.
Atualmente, de acordo
com o sindicalista, a definição da carreira data de antes da
Constituição de 1988, reconhecendo as três carreiras como funções de
nível médio, sendo que a lei 9.266/96 passou a exigir a formação
superior como critério de seleção. “Não adianta brigar por um aumento se
não há uma lei que defina o que efetivamente fazemos”, avalia.
Barreira não reconhece
os números apresentados pelo Ministério do Planejamento para agentes,
escrivães e papiloscopistas. A Fenapef apresentou como pleito os valores
recebidos hoje por oficiais da Agência Brasileira de Inteligência
(Abin). Ou seja, salário inicial seja de R$ 12.960,86, no início de
carreira, e R$ 18.400,00, como teto salarial.
A equiparação
representaria 57,97% e 64,56%, respectivamente. “Utilizamos dados do
próprio Ministério do Planejamento, demonstrando que os índices que o
governo desenvolveu”, diz.
O secretário Mendonça e
os representantes da PF voltam à mesa de negociações na próxima
terça-feira (21), às 20h. Conforme apurou o iG , o governo está disposto a apresentar aumentos linear de 5% por ano em três parcelas: 2013, 2014 e 2015.
A Fenapef irá recusar a
oferta caso ela se confirme. “Se aceitarmos um índice linear, ficamos
três anos amarrados ao governo, sem discutir a reestruturação da
carreira”, indica Barreira.
Fonte: Último Segundo - IG
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