sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Governo diz que policiais federais pedem aumento de 150% e sindicato nega



Ministério mostra tabela onde agentes, escrivães e papiloscopistas pedem salário de R$ 18,9 mil e R$ 24,9 mil. Sindicalista falam em R$ 13 mi e R$ 18 mil

O governo federal decidiu retrucar o endurecimento nas negociações por parte dos grevistas da Polícia Federal (PF), que nesta quinta-feira (16) realizaram operação-padrão em aeroportos do País , e que nesta quarta-feira teriam se recusado a ouvir a proposta de aumento salarial que o Ministério do Planejamento havia elaborado.
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Alan Sampaio / iG Brasília
Fila no aeroporto de Brasília, nesta quinta-feira de operação-padrão

A resposta do Planalto veio com o vazamento das cifras que até agora estavam sendo tratadas apenas entre o secretário de relações do trabalho do Planejamento, Sérgio Mendonça, e a liderança sindical da PF.
Para agentes, escrivães e papiloscopistas o pedido de aumento varia entre 109,38% e 151,27%. A categoria quer que o governo eleve o salário inicial dessas três carreiras de R$ 7.514,33 para R$ 18.881,44. Já para profissionais no final de carreira, o pedido é para que o vencimento suba de R$ 11.879,08 para R$ 24.873,01.
Os delegados e peritos federais também pedem aumento. Para a categoria o reajuste pleiteado pela liderança sindical oscila entre 71,24% e 35,53%. Com esses percentuais, o piso saltaria de R$ 13.368,68 para 22.891,91.
Enquanto o vencimento em final de carreira passaria de R$ 19.699,82 para R$ 26.700,00 (próximo ao que ganha um ministro do Supremo Tribunal Federal, cujo vencimento bruto mensal de R$ 26.723,13 serve de teto para todo o funcionalismo público).
Interlocutores do governo asseguram que os percentuais estão completamente fora de cogitação. A avaliação é de aumentos solicitados são abusivos ao erário público.
Em ato de protesto, a PF realizou operação padrão em diversos aeroportos . O endurecimento na negociação foi o que motivou o governo a vazar os números que, segundo fontes do Planejamento, não seriam divulgados de forma oficial.
Operação-padrão provocou transtornos e longas filas no embarque de passageiros no Aeroporto Internacional de Brasília Juscelino Kubitschek. Foto: Alan Sampaio / iG Brasília
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Sindicato rebate
O vice-presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Paulo Roberto Poloni Barreira, nega que os cincos líderes sindicais reunidos com Mendonça tenham se recusado a ver a proposta. “Não foi isso o que aconteceu. Respeitamos o governo, tanto que mantivemos o diálogo por dois anos e meio”, afirma. “A única exigência que fizemos é que qualquer proposta esteja inserida como a primeira parcela de uma reestruturação de carreira”, diz.
Segundo o líder da Fenapef – que representa agentes, escrivães e papiloscopistas – a categoria que quer que o governo edite uma lei que defina as atribuições dos policiais e os reconheça como profissionais de nível superior.
Atualmente, de acordo com o sindicalista, a definição da carreira data de antes da Constituição de 1988, reconhecendo as três carreiras como funções de nível médio, sendo que a lei 9.266/96 passou a exigir a formação superior como critério de seleção. “Não adianta brigar por um aumento se não há uma lei que defina o que efetivamente fazemos”, avalia.
Barreira não reconhece os números apresentados pelo Ministério do Planejamento para agentes, escrivães e papiloscopistas. A Fenapef apresentou como pleito os valores recebidos hoje por oficiais da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Ou seja, salário inicial seja de R$ 12.960,86, no início de carreira, e R$ 18.400,00, como teto salarial.
A equiparação representaria 57,97% e 64,56%, respectivamente. “Utilizamos dados do próprio Ministério do Planejamento, demonstrando que os índices que o governo desenvolveu”, diz.
O secretário Mendonça e os representantes da PF voltam à mesa de negociações na próxima terça-feira (21), às 20h. Conforme apurou o iG , o governo está disposto a apresentar aumentos linear de 5% por ano em três parcelas: 2013, 2014 e 2015.
A Fenapef irá recusar a oferta caso ela se confirme. “Se aceitarmos um índice linear, ficamos três anos amarrados ao governo, sem discutir a reestruturação da carreira”, indica Barreira.
Autor: Nivaldo Souza
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