sábado, 26 de março de 2011

Corrupção policial é crônica, diz presidente do STF




O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Cezar Peluso, disse ontem que violência e corrupção policial no país são uma "questão crônica" e defendeu a unificação das polícias estaduais.


Ele participava de um seminário de segurança pública promovido pela Faap, em São Paulo, com parte da plateia composta por policiais.

Havia citado três casos de "graves problemas" na segurança, entres eles o de um grupo de PMs de Manaus que baleou um garoto desarmado e já dominado e o de policias paulistas que "teriam sido flagrados fiscalizando o secretário da Segurança", Antonio Ferreira Pinto.


Mesmo dizendo que não falaria "desses problemas de segurança, como a questão crônica da violência e corrupção policial", o ministro citou outro caso de corrupção.

"Por mera coincidência, lembrei-me que, alguns anos atrás, o Amazonas foi obrigado a extinguir a Polícia Civil. O grau de corrupção era tal que era impossível recuperar os agentes. Não sei como está hoje, mas foi uma tentativa."

Após Peluso deixar o local, falou ao público o delegado federal Roberto Troncon Filho, defendendo os policiais.

"Ele [Peluso] falou muito da corrupção policial, que a gente precisa enfrentar, de fato. Mas não é apenas policial. Em qualquer nível de governo. O Brasil tem dado mostras, nesta última década, que tem feito isso. Tem avançado. [...] A fonte da corrupção é a própria sociedade."
UNIFICAÇÃO

Peluso ainda fez outra crítica ao defender a unificação das polícias Civil e Militar.

"Não me repugna, em princípio, pensar em unificação. Porque o ingrediente da disciplina, fundamental em quase todas as atividades humanas, me parece que, às vezes, falte para colocar um pouco de ordem em algumas instituições policiais", disse.

O secretário da Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, também presente, disse ver essa hipótese distante. "Particularmente sou a favor, mas acho que estamos longe disso. Muito longe. Acho que tem de ser discutido."
PRESÍDIOS

O discurso mais incisivo de Peluso foi dirigido ao sistema prisional, que, diz ele, vive um "fracasso incontestável, senão falência mesmo".

Para ele, há "475 mil encarcerados" em "condições sub-humanas", alguns em "masmorras medievais".

Anteontem, no mesmo evento, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, também citou o sistema como um dos problemas de segurança.

"Temos nas nossas penitenciárias hoje verdadeiras escolas de formação de delinquentes. A reinserção social não é uma característica do nosso sistema."
Fonte: Folha de S. Paulo

Comentário:
Não há dúvida de que as duas polícias (de ciclo incompleto) não conseguem mais obter os resultados esperados pela sociedade; não há dúvida de que a corrupção é uma desgraça que abunda nas duas instituições policiais e também no judiciário, no executivo e no legislativo; não há dúvida de algo precisa ser feito para que se possa ter uma segurança pública de qualidade; não há dúvida de que a instituição POLÍCIA é a mais vista e cobrada pela sociedade. Diante de tudo isso, por qual razão os governantes insistem em remunerar vergonhosamente seus policiais? por qual razão as policiais estaduais vivem à míngua em termos de estrutura? Por que a polícia civil não consegue mais cumprir com sua valiosa missão institucional de investigar crimes? É preciso investir no policial, é preciso valorizar o policial civil e militar ou então em breve a solução não será tão simples. Governadores tomem por exemplo a valorização que o governo federal concedeu à PF e veja que a polícia civil do DF é exemplo de excelência. ACORDEM!

Um comentário:

  1. Um membro do Judiciário falar em Corrupção é no mínimo cômico, pois é público e notório que a corrupção no judiciário já ultrapassou a linha do aceitavel, só que eles são blindados, protegidos por seus pares e até mesmo pela imprensa, já a corrupção policial é escancarada nos meios de comunicação, mas se formos fazer uma camparação em termos proporcionais, mesmo sem colocar em questão os casos de juizies corruptos não divulgados pela imprensa (maioria), o judiciário só perde para o cogresso nacional e para as assembléias legislativa no quesito corrupção.

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