Relatório da Polícia Civil paulista aponta grupos de extermínio formados por PMs como responsáveis pelo assassinato de 150 pessoas na capital entre 2006 e 2010.
Entre as vítimas, 61% não tinham antecedentes criminais. Outras 54 pessoas foram feridas em atentados em que PMs são suspeitos -69% sem passagem pela polícia.
O relatório foi produzido no ano passado e aponta motivações para os assassinatos: 20% por vingança; 13% por abuso de autoridade; 13% pelo que o relatório chama de "limpeza" (assassinato de viciados em drogas, por exemplo); 10% por cobranças ligadas ao tráfico e 5% por cobranças de jogo ilegal; 39% sem razão aparente.
Alguns PMs da lista estão presos. Eles negam os crimes. O Comando-Geral da corporação não se manifestou nem informou exatamente quantos homens já puniu.
A investigação, a cargo do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), aponta dois grupos de extermínio de PMs: um da zona norte, outro da zona leste.
Cerca de 50 PMs são suspeitos de formar e unir os grupos para assumir o controle do tráfico de drogas e explorar jogos de azar.
O grupo da zona norte é conhecido como "Matadores do 18", pois os acusados atuavam no 18º Batalhão. Esses PMs são suspeitos da morte, em 2008, do coronel José Hermínio Rodrigues, comandante da PM na área.
Pascoal dos Santos Lima e Lelces André Pires de Moraes são apontados como membros do grupo. Eles sempre negaram as acusações. Ontem, seus advogados não foram localizados pela Folha.
Preso em 2010, Valdez Gonçalves dos Santos, do 21º Batalhão, é considerado o chefe do grupo na zona leste.
Celso Machado Vendramini, advogado de Santos, diz que "ele não integra grupo de extermínio" e que "as acusações contra seu cliente não passam de pura maldade por parte do departamento de homicídios". Santos será julgado em maio deste ano.
Doze mortes atribuídas ao grupo de extermínio "Os Highlanders", que decapitava as vítimas, não estão no relatório. Esse terceiro grupo jogava os corpos em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, segundo investigações. O relatório da Polícia Civil computou só mortes na capital.
Fonte: folha de São Paulo
comentando a nottícia: Não é natural que crimes tão bárbaros estejam sendo cometidos por policiais; é óbvio que há algo muito errado e podemos apontar desde falhas na seleção até a fraca atuação das corregedorias policiais. A baixíssima remuneração, policiais desestimulados e com o moral arrasado também são fatores que contribuem para o desvirtuamento das condutas dos policiais. Os governos de uma forma geral não se preocupam em criar uma política de segurança pública efetiva, de qualidade; contentam-se apenas com propagandas, passando aos cidadãos a falsa idéia de que o Estado está atento ao problema. È preciso investir urgentemente no servidor policial, investir no ser humano, não é crível que um investigador de polícia receba pouco mais de dois mil reais para desempenhar suas funções, um soldado recebe menos ainda! Está na hora de abrirmos os olhos e encaramos o probrebla de frente, por que será que nos últimos anos a polícia federal deu tamanho salto de qualidade ? Até 2003-2004 seus servidores eram pessimamente remunerados e ninguém ouvia falar de operações da PF, a partir do instante que receberam investimentos não só em infraestrutura mas também no próprio policial, os resultados apareceram de forma satisfatória.
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