Comentando a notícia:
Não há dúvida alguma de que a morte de Tamires precisa e deverá ser esclarecida, trata-se de uma ocorrência da mais alta gravidade e a polícia civil deve uma resposta convincente não somente aos familiares da jovem, bem como a toda sociedade.
Tamires foi presa e encaminhada à delegacia de polícia em virtude de ter desacatado um policial militar, crime punível com pena de até dois anos e dessa forma sujeito à lavratura de um termo circunstanciado de ocorrência (caso o autor concorde em assinar o compromisso de comparecer em juízo quando intimado).
Ocorre que o delegado plantonista não se encontrava na delegacia no momento do fato. Todos sabem que os plantões no interior do estado tem inicio (em geral) às 12h de sexta feira e terminam às 12h da segunda feira seguinte e por óbvio é impossível que um ser humano possa ficar 72h ininterruptas acordado e dentro de uma delegacia sem qualquer estrutura física, não sendo nem mesmo disponibilizado alojamento para descanso dos servidores de plantão.
Por essa razão os plantões são realizados na modalidade "sobreaviso", ou seja, o delegado a partir de certo horário recolhe-se em sua residência e é chamado à delegacia, se porventura há o registro de uma ocorrência de maior gravidade. Bom, como a nobre deputada mesmo disse, o crime de desacato é de menor potencial ofensivo e por esta razão o carcereiro/plantonista não entrou em contato com o delegado de plantão.
É praxe, dessa forma, que o delegado não se encontre na delegacia durante as 72h ininterruptamente. Não sejamos hipócritas e demagogos como são muitos ególatras que após assumirem cargos importantes se esquecem para que foram eleitos ou nomeados e praticam a política do “faz de conta no país maravilhoso de Alice” ou trabalham para tornar tudo quanto pior possível, pois assim lhe é conveniente. Apoiam-se em seus discursos burocratas e medíocres que só enganam à parcela menos favorecida e sem instrução suficiente para se posicionarem criticamente diante dos fatos que se lhes apresentam.
Os deputados teriam dito que a ida dos parlamentares aos municípios serviu para que fosse constatada a precariedade do sistema de segurança do Estado (sic) ora, como dizem por aí: me comprem um bode! Quer dizer que só agora os “excelentíssimos deputados” descobriram a precariedade do sistema de segurança? E antes, por onde andavam? Em marte? ou preocupados em reajustar seus próprios subsídios? Mas Afinal, quantos dias por semana trabalha um deputado?
Senhores saiam de seus gabinetes, levantem de suas belas cadeiras, venham à rua deputados, ouçam o grito da turba, vocês representam o povo, esqueçam a liturgia do cargo e venham até nós.
Quanto ao que disse a dep. Valéria Macedo, sugeriu que a OAB e o MP participassem da investigação por se tratar de um caso em que a polícia investiga a própria polícia, o que me vem em mente é que inexoravelmente o MP tratará a questão com a importância que caso requer; em relação à OAB restará acompanhar o caso com proximidade. Até compreendo o receio da deputada quanto a investigação de policiais por policiais, é a mesma que toda sociedade tem quando deputados “investigam” os seus pares (via de regra todos sabemos o resultado), outros exemplos poderiam ser trazidos, mas não são necessários neste instante.
Parece que realmente chegamos ao píncaro do paroxismo demagógico, o caso deve ser apurado com isenção, nada de holofotes para as estrelinhas de plantão, criticar o delegado, a polícia civil ou a polícia militar lhes parece fácil? Quais os verdadeiramente culpados no caso em apreço? Por qual razão Tamires se suicidou? Por que a deputada Eliziane Gama se apressa em dizer que houve tortura? As respostas virão e será que vamos admitir que nos digam: “perdão, a falha é do sistema”?
Na Torá (constituem o texto central dojudaísmo. Contém os relatos sobre a criação do mundo, da origem da humanidade, do pacto de Deus com Abraão e seus filhos, e a libertação dos filhos de Israel do Egito e sua peregrinação de quarenta anos até a terra prometida), dois bodes eram levados, juntamente a um touro, ao lugar de sacrifício, como parte dos Korbanot do Templo de Jerusalém. No templo os sacerdotes sorteavam um dos bodes. Um era queimado em holocausto no altar de sacrifício com o touro. O segundo tornava-se o bode expiatório, pois o sacerdote punha suas mãos sobre a cabeça do animal e confessava os pecados do povo de Israel. Posteriormente, o bode era deixado ao relento na natureza selvagem, levando consigo os pecados de toda a gente, para ser reclamado pelo anjo caído Azazel.
Em sentido figurado, um "bode expiatório" é alguém que é escolhido arbitrariamente para levar (sozinho) a culpa de uma calamidade, crime ou qualquer evento negativo (que geralmente não tenha cometido). A busca do bode expiatório é um ato irracional de determinar que uma pessoa ou um grupo de pessoas, ou até mesmo algo, seja responsável de um ou mais problemas sem a constatação real dos fatos.
Somente os deficitários congênitos do desenvolvimento psíquico podem se antecipar à investigação e culpar o delegado de polícia que sequer se encontrava no local, portanto, a não ser que se desenvolva uma nova teoria do crime e se reformule todo o direito penal, é que se poderá inculpar a autoridade policial; administrativamente da mesma forma, posto que não estava ausente, não faltou ao plantão, o delegado apenas não se encontrava na delegacia no momento do fato pelas razões anteriormente expostas.
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