Um documento da entidade
que reúne agentes da Polícia Federal atualmente em greve revela um
plano estratégico "atingir negativamente o governo federal".
A Fenapef (Federação
Nacional dos Policiais Federais) diz que "tem como meta criar motivação
política para o público interno, sensibilizando a opinião pública e os
parlamentares".
Datado de maio de 2011, o
plano foi bolado um ano e meio antes de os servidores ligados à Fenapef
entrarem em greve, em 7 de agosto.
A entidade representa agentes, papiloscopistas (especialistas em identificação) e escrivães da PF --mas não os delegados.
A categoria é a única
ainda parada no funcionalismo federal, que no primeiro semestre fez uma
onda de protestos contra o governo Dilma.
O ofício, obtido pela
Folha, sugere a contratação de uma empresa de marketing para conquistar o
apoio às reivindicações que hoje norteiam a paralisação.
A Fenapef, de fato,
contratou um especialista em marketing em julho e agosto --auge da
greve. O texto menciona a realização de "panfletaços no Congresso e
aeroportos [...] visando atingir o público político" -manifestações que
ocorreram em julho.
O plano circulou entre diretores da entidade, que representa 14 mil agentes da ativa e aposentados.
Entre as preocupações
apontadas pelo documento está o interesse em "focar nos delegados"
--hoje, agentes e delegados estão numa guerra civil dentro da PF.
Os agentes reivindicam
uma reestruturação de carreira para ganharem, além de reajuste, mais
autonomia e protagonismo nas operações. Querem atingir cargos como de
diretor-geral (posto máximo) ou de superintendente regional (chefes nos
Estados), hoje exclusivo de delegados.
Procurada, a direção da
PF informou que espera "que a greve tenha uma solução rápida", mas que
"não há previsão" para que isso ocorra.
OFICIAL
O presidente da Fenapef, Marcos Wink, diz não saber quem foi o autor do documento, mas que ele não foi aprovado oficialmente.
"Isso não passou por
mim, mas em momento algum eu aceitaria, porque você não pode ser maluco
de brigar com quem você está negociando", disse.
"Hoje, que estamos em greve, você não vê a gente atacar o governo. Imagina na época, quando estávamos em uma boa conversa."
Para ele, críticas podem surgir nos debates internos da federação, mas são episódios pontuais encabeçados por alguns sindicatos.
Wink diz que "existe uma crise de relacionamento interno na Polícia Federal" entre delegados e agentes.
"Os delegados assumiram
todas as chefias, todos os espaços", afirmou. "Existe um racha entre as
categorias, clima muitíssimo pesado entre a gente e os delegados."
De acordo com Wink, a contratação de um profissional de marketing ocorreu por dois meses, para "dar orientação".
Autores: Matheus Leitão e Fernando Mello
Fonte: Folha de São Paulo
quem desejar ler o ofíicio (guerrilha)
http://xa.yimg.com/kq/groups/14332229/13825812/name/Plano+estrat%C3%A9gico+da+FENAPEF.pdf
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