segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Homem que aguarda ser julgado por homicídio é o responsável pelo expediente de duas Delegacias de Polícia


Homem que aguarda ser julgado por assassinato continua respondendo como delegado no interior do Maranhão

O nome dele é Gilfranck da Silva Vale, que está aguardando julgamento em liberdade, por homicídio. Não é funcionário do Estado e responde pelas delegacias de polícia das cidades de Joselândia e São José dos Basílios, ambas subordinadas à Regional de Presidente Dutra. Um verdadeiro acinte para a sociedade.

Esse problema foi denunciado no ano passado pelo presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Maranhão, Amon Jessen. Recentemente, o secretário de Segurança, Aluísio Mendes, ao tomar conhecimento do episódio pela imprensa, disse que havia determinado o afastamento do assassino-delegado.

Ontem, o universitário Marcos Robério, membro da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e que está desenvolvendo trabalho em São José dos Basílios, afirmou que Gil Franck continua mais forte do que nunca e que, além dele, outras pessoas alheias aos quadros do Estado, atuam como policiais civis no município.

Ele afirmou que recentemente passou por constrangimento na cidade, pelos falsos policiais e disse que a equipe vem cometendo sistematicamente uma série de desatinos, executando até encarceramento de menores. Enquanto isso, o secretário Aluísio Mendes não toma uma medida para acabar com esse desrespeito na pasta que dirige. A governadora Roseana Sarney tem que agir rapidamente para dar uma resposta ao povo do Maranhão.

Caso contrário, dentro de pouco tempo, traficantes, assaltantes e outros criminosos especializados nas mais diversificadas áreas do crime poderão ser indicados para o comando de outras delegacias no interior do Estado. Isso é um tapa no rosto da sociedade maranhense!

Fonte: djalmarodrigues

Comentário do blog
Um dos primeiro textos escritos aqui no blog tratava acerca justamente da banalização das funções do Delegado de Polícia. Leia aqui.
Não posso compreender (em verdade talvez até possa) como uma situação tão ridícula como está possa prosperar.
O colega e Delegado de Polícia Dr. Lúcio Rogério bem disse quando me asseverou que qualquer unidade de polícia que não conte com Delegado, investigadores e escrivães não deveria ao menos ser chamada de DELEGACIA, no máximo “agência, escrivania ou DPM (neste caso até existem muitas, onde militares fazem as vezes de polícia judiciária, deve ser frisado que não por culpa destes obviamente).
Como fica o atendimento à população local? Qual a qualidade das investigações realizadas por aquela unidade? Será que o “responsável” pela unidade de polícia dessas duas cidades realiza interrogatórios, pratica outros atos de polícia judiciária?
Fato é que enquanto nos incomodamos com algumas situações em que policiais militares investigam (P2, velado etc) esquecemos de corrigir inúmeras falhas internas, tais como se permitir que Delegacias sejam chefiadas por pessoas que não sejam Delegados de Polícia verdadeiramente, placebos que a magistratura e o MP jamais permitiriam.

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