sábado, 12 de novembro de 2011

Mil policiais são investigados no Rio


Mil policiais são investigados no Rio

Corregedoria quer ouvir o traficante Nem. Atualmente, há 445 procedimentos na CGU

POR ADRIANA CRUZ
Rio - Mil policiais civis e militares são alvos de investigação em 445 procedimentos na Corregedoria Geral Unificada (CGU). Essas apurações podem ter novo capítulo quando, semana que vem, agentes da unidade ouvirem o traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, preso na madrugada de quinta-feira.
Na véspera, bandidos da quadrilha de Nem tentaram fugir da Rocinha e foram presos com três policiais civis que faziam a escolta. Um dos agentes, Carlos Daniel Ferreira Dias, da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Saúde Pública, trabalhou até 15h de quarta-feira.
Foto: Divulgação
Presos são transferidos da sede da Polícia Federal, no Centro, para o Complexo Penitenciário de Bangu. Entre eles, policiais civis e e um militar | Foto: Divulgação
A corregedoria tem hoje status dos mais poderosos na estrutura da Secretaria de Segurança no combate à corrupção nas polícias Civil, Militar e Corpo de Bombeiros. Desde de fevereiro ganhou mais poderes para investigar desvio de conduta com apoio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e a Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança. Nos últimos quatro anos, 896 PMs foram expulsos e 150 policiais civis, demitidos, com a atuação da CGU e corregedorias das polícias Civil e Militar .
Para o corregedor-geral da CGU, Giuseppe Vitagliano, a faxina nas polícias pode representar queda em mais de 50% nos índices de criminalidade, com o fim das milícias, comandando por policiais civis e militares. “A maioria é honesto, mas os maus policiais precisam ser defenestrados”, disse.
Casos de homicídios e corrupção relacionados a policiais não faltam. Onze PMs são acusados de matar a juíza Patrícia Acioli, entre eles um tenente-coronel. Ao ser preso, Nem também disse informalmente que boa parte de seus lucros com a venda de drogas era para pagar agentes corruptos.
Corregedoria terá mais 50 homens e 10 viaturas
Para fechar o cerco aos policiais corruptos, a Corregedoria Geral Unificada (CGU) terá reforço de 50 homens e dez viaturas. A expectativa é de que isso ocorra em seis meses. Outra arma no combate aos desvios de conduta são as gratificações para agentes lotados no órgão, que chegam a R$ 2 mil. “É um estímulo para os funcionários”, atesta o corregedor-geral Giuseppe Vitagliano.
Mas o processo de exclusão de PMs e policiais civis pode ser demorado, principalmente quando se trata de oficiais: só o Órgão Especial do Tribunal de Justiça pode expulsá-los; praças são excluídos pelo comandante da PM. Delegados são demitidos pelo governador e agentes da Polícia Civil, pelo secretário de Segurança Pública.
“No caso dos oficiais, o judiciário, em função da quantidade de processos, demora demais”, avalia Vitagliano. “Na Operação Faraó, os policiais que tinham as chaves da cadeia davam para os presos, mas eles também foram parar na cadeia”, lembra. A operação foi realizada em conjunto com a Draco e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, do Ministério Público.
Nove policiais civis, entre eles, o coordenador do Núcleo de Controle de Presos da Polinter, delegado Renato Soares, foram presos em esquema de corrupção com internos
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